O envelhecimento da população portadora de HIV e AIDS é um fato relativamente novo no país, mas já atrai a atenção dos profissionais de saúde, preocupados com a qualidade de vida destes pacientes.
Se por um lado o tratamento antirretroviral garante a sobrevida de muitos anos, é justamente o uso prolongado do coquetel e a presença do vírus que aceleram o processo de envelhecimento, com todas as suas consequências sobre o organismo. A prática de exercícios físicos regulares tem se mostrado uma boa aliada para a manutenção da qualidade de vida dos pacientes com HIV e AIDS.
De acordo com a médica geriatra Dra. Janise Lana Leite (CRM 126.876), “pesquisas têm mostrado que os idosos portadores de HIV e AIDS têm maior prevalência de fatores de risco cardiovascular, lipodistrofia e baixa densidade mineral óssea”. A partir desta constatação, a prática de exercícios físicos regulares e supervisionados pode contribuir para o tratamento de longo prazo dos portadores de HIV, “uma vez que atua nos fatores de risco cardiovascular e osteomuscular, além de contribuir com uma mudança comportamental que influencia positivamente na aderência ao tratamento medicamentoso” explica a médica, da Academia Estação do Exercício – especializada em musculação para idosos.
O professor de educação física Carlos Alberto A. Silva, diretor da Academia Estação do Exercício, garante que a adoção de treinamentos concorrentes (musculação e exercícios aeróbicos combinados) proporciona melhora significativa dos parâmetros cardiorrespiratórios e muscular dos alunos portadores do vírus. “Mesmo sem impacto direto no aumento do T CD4+ e na diminuição da carga viral, tais resultados são altamente favoráveis para a qualidade de vida do portador do HIV e AIDS”, conclui.
Em junho deste ano o Ministério da Saúde lançou um manual de recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo com HIV e AIDS. Dirigido aos profissionais de Educação Física e Saúde, o manual visa principalmente a prevenção e o controle de alterações metabólicas, já que um dos problemas recorrentes de quem vive com HIV e AIDS e que pode ser minimizado com a prática de exercícios físicos é a lipodistrofia.
A síndrome, caracterizada por alterações na redistribuição da gordura corporal, pode ocorrer, em maior ou menor grau, em até 50% dos pacientes de AIDS, de acordo com estudos internacionais. A lipodistrofia se manifesta como perda de gordura (lipoatrofia) nas pernas, braços, rosto e bumbum ou ganho de gordura (lipohipertrofia) no abdômen, mamas, parte superior das costas (giba) e na mandíbula (papada). É resultado de um soma de fatores: genética, sedentarismo, ação do próprio HIV e dos medicamentos antirretrovirais.
Fonte Corposaun
Nenhum comentário:
Postar um comentário