Foto: Fesus Robert/Foto Stock Duas semanas de exposição às emissões de veículos pode causar dano oxidativo no sangue e fígado |
Pesquisadores da Universidade de Califórnia, nos EUA, descobriram que a inalação dos gases emitidos pelos automóveis transforma a lipoproteína de alta densidade (HDL), ou colesterol ' bom' em colesterol ' ruim' para o organismo.
A pesquisa sugere que a alteração faz com que o HDL perca suas qualidades protetoras cardiovasculares de modo que passa a contribuir para a obstrução das artérias.
Além de mudar o HDL "bom" para "ruim", a inalação das emissões ativa outros componentes da oxidação, danos precoces nas células e tecidos que causam inflamação, levando ao endurecimento das artérias.
As partículas emitidas no ar, tais como as de veículos são as principais poluentes em ambientes urbanos. Estas partículas são revestidas de produtos químicos que são sensíveis aos radicais livres, conhecidos por causarem oxidação. O mecanismo por trás de como isto conduz à aterosclerose, no entanto, não era bem compreendido.
Agora, os pesquisadores descobriram que, após duas semanas de exposição às emissões de veículos, ratos mostraram dano oxidativo no sangue e fígado. O colesterol HDL alterado pode desempenhar um papel fundamental neste processo prejudicial.
"Este é o primeiro estudo a mostrar que os poluentes do ar promovem o desenvolvimento de colesterol HDL pró-oxidante disfuncional, e a ativação de uma via de oxidação interna, que pode ser um dos mecanismos através do qual a poluição do ar pode causar doença cardíaca e acidente vascular cerebral", explica o autor sênior Jesus Araujo.
A equipe investigou um grupo de ratos que foi exposto a emissões do veículo, durante duas semanas e, em seguida, a ar filtrado, durante uma semana. Um segundo grupo foi exposto a duas semanas de emissões com ar filtrado, e um terceiro foi exposto apenas ao ar limpo e filtrado por duas semanas.
"A maior surpresa foi descobrir que, depois de duas semanas de exposição às emissões de veículos, uma semana respirando ar limpo filtrado não foi suficiente para reverter os danos", afirmam os autores.
Os ratos foram expostos durante algumas horas, vários dias por semana, ao escapamento de motores a diesel, em uma concentração de massa de partículas dentro dos níveis aos quais os trabalhadores das minas são normalmente expostos.
Após as exposições, os cientistas analisaram amostras de sangue e tecidos e verificaram para ver se as propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias protetoras do HDL ainda estavam intactas.
A equipe descobriu que muitas das propriedades positivas de HDL foram alteradas após a exposição aos poluentes liberados pelos automóveis.
Por exemplo, HDL de ratos expostos por duas semanas a emissões do veículo, incluindo os que receberam uma semana subsequente do ar filtrado, tinha uma capacidade muito reduzida para proteger contra a oxidação e a inflamação induzida por lipoproteína de baixa densidade (LDL), conhecido como o colesterol "ruim", do que os ratinhos que apenas tinham sido expostos ao ar filtrado.
Segundo os pesquisadores, sem a capacidade de HDL para inibir LDL, juntamente com outros fatores, o processo de oxidação pode correr sem controle. O grau de disfunção do HDL foi correlacionado com o nível de marcadores de oxidação presentes no fígado.
"Nós sugerimos que as pessoas tentem limitar sua exposição a poluentes do ar, pois podem induzir dano que começa durante a exposição e continua muito tempo após o seu término", concluem os autores.
Fonte isaude.net
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