Mycobacterium tuberculosis |
Pesquisadores da Penn State, nos EUA, desenvolveram um novo tipo de antibiótico 100 vezes mais eficaz contra tuberculose e que pode combater a infecção pelo antraz.
A equipe descreveu uma molécula capaz de perturbar um passo importante no processo de síntese de proteínas em bactérias, fazendo com que as bactérias sejam incapazes de se replicar.
Este passo importante, conhecidas como "trans-tradução", é um mecanismo de controle de qualidade que é encontrado em todas as espécies de bactérias. "Se imaginarmos a síntese de proteínas de uma bactéria como uma linha de montagem da fábrica, a trans-tradução é responsável por manter a linha de montagem em movimento. O RNA mensageiro defeituoso, que transmite a informação genética do DNA às proteínas, pode bloquear o mecanismo de síntese da bactéria, mas o mecanismo de trans-tradução remove esses bloqueios da linha de montagem, mantendo assim o sistema da bactéria em funcionamento", explica o líder da pesquisa Kenneth Keiler.
Segundo os pesquisadores, as bactérias não seriam capazes de sintetizar as proteínas de que necessitam para a sobrevivência sem o mecanismo de trans-tradução.
Para identificar quais moléculas pequenas podem ser capazes de destruir a trans-tradução, a equipe começou com um método capaz de testar milhares de moléculas pequenas e descobrir uma ou mais que pode ser eficaz na luta contra determinados agentes patogênicos. "Nossa equipe testou cerca de 663 mil moléculas diferentes contra uma cepa de bactérias E. coli e monitorou como elas afetaram seu processo de trans-tradução", afirma Keiler.
No final desta fase de teste, os pesquisadores tinham encontrado 46 moléculas diferentes que parecem ser eficazes em interromper o processo de trans-tradução.
O próximo passo foi testar o desempenho dessas moléculas em outro gênero de bactérias (Shigella), que é conhecida por causar intoxicação alimentar. Este gênero está relacionado com a Salmonella e com o organismo que provoca antraz (Bacillus anthracis), que, por vezes, pode ser letal em seres humanos e outros animais. "Das 46 moléculas que foram mostradas para afetar trans-tradução, uma chamada KKL-35 se destacou como a mais promissora", observa Keiler.
A equipe descobriu que a molécula KKL-35 inibe o crescimento das bactérias muito distantemente relacionadas, e isto sugere que ela pode ter atividade antibiótica contra um amplo espectro de espécies.
Para as bactérias Shigella e Bacillus anthracis, os cientistas foram capazes de mostrar que, "na presença da molécula KKL-35, estas células morreram devido especificamente à interrupção do processo de trans-tradução."
Keiler e seus colegas também descobriram que, em comparação com terapias medicamentosas atualmente utilizadas contra a tuberculose, a molécula KKL-35 era 100 vezes mais eficaz na inibição do crescimento da estirpe de bactéria que causa a doença (Mycobacterium tuberculosis).
De acordo com os pesquisadores, nos experimentos de laboratório não foram encontradas cepas mutantes que eram resistentes à KKL-35.
Fonte isaude.net
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