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terça-feira, 4 de junho de 2013

Médicos municipais entram em greve na Bahia

Quem precisar de unidades de saúde municipais, inclusive Posto de Saúde da Família (PSF) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA), pode não ser atendido hoje. A paralisação dos médicos, deflagrada no dia 28 de maio, foi confirmada nessa segunda-feira (3/6) à noite em uma assembleia da categoria, realizada no Hotel The Plaza, em Ondina. Nela foi rejeitada a contraproposta da Prefeitura apresentada numa reunião realizada à tarde.
 
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA), Francisco Magalhães, a adesão pode não ser de 100% no primeiro dia, mas a categoria vai trabalhar para a paralisação total dos médicos. “Os cerca de 700 profissionais que trabalham para a Secretaria Municipal da Saúde estão unidos para enfrentar uma situação de descaso que já não é mais tolerável. Pelo envolvimento nas reuniões e assembleias, acredito que alcançaremos a paralisação total até que a Prefeitura nos responda positivamente”, disse.
 
Além das precariedades que enfrentam nos ambientes de trabalho, os médicos apresentam a defasagem no salário como principal justificativa para a greve. “Para se ter uma ideia, os médicos de Aracaju têm uma média salarial que beira os R$ 9 mil, enquanto em Salvador existem alguns com mestrado e doutorado no exterior que ganham um pouco mais de R$ 2 mil”, argumenta Magalhães.
 
Ele acrescenta ainda que a defasagem salarial tem levado muitos médicos a pedirem demissão de seus cargos. “Há muitos pedidos de demissão, inclusive entre os mais recentemente contratados no concurso realizado em 2009. Eles percebem rápido que a situação não é nada boa”, informou.
 
Segundo a nota divulgada à imprensa pelo Sindimed-BA, vem se somar também a essa situação a redução de vencimentos de plantonistas que trabalham na UPA Subúrbio, a qual alega não ter como arcar com as remunerações. Há também a denúncia de que os psicólogos ligados aos Centros de Atenção Psicossocial (CAP’s), além de enfrentarem problemas de segurança no trabalho, têm que sobreviver com um salário de R$ 1.200.
 
Durante toda manhã dessa segunda-feira (3/6), a Secretaria Municipal de Saúde não se pronunciou sobre a greve, alegando que nenhuma notificação havia chegado à Prefeitura informando sobre a “suposta” paralisação. O que pode ter sido consequência do recesso de Corpus Christi, iniciado na quarta-feira, 29, um dia depois dos médicos terem decidido entrar em greve.
 
A posição da Secretaria de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que, este ano, já foram realizadas seis reuniões com o Sindimed para tratar sobre a precarização dos serviços, infraestrutura e contratação de médicos. Em nenhum momento, os pleitos anunciados agora pelo sindicato abrangendo todos os médicos foram apresentados à Prefeitura. Alguns desses pleitos foram apresentados apenas em relação ao Samu. Nesta segunda-feira (03), às 16h, na Secretaria de Gestão, será instalada uma mesa permanente de negociação, dando prosseguimento à pauta já discutida e às demais reivindicações apresentadas pelos representantes dos servidores/funcionários da SMS.
 
Adicionalmente, a SMS informa que, desde o início da atual gestão, todos os esforços estão sendo empenhados para qualificar a assistência em Salvador. A primeira iniciativa foi fazer um levantamento sobre recursos humanos e a necessidade de melhorias na infraestrutura da rede, com o objetivo de efetuar investimentos em cada unidade de saúde.
 
Apenas com a organização dos serviços e a chegada de novos profissionais, a cobertura do Programa de Saúde da Família subiu de 13 para 18%. Com isso, a Prefeitura ampliou o acesso à assistência por parte da população. Outro investimento que está sendo feito diz respeito à requalificação de 17 unidades de saúde, já em andamento. Com as demais intervenções que serão realizadas ainda este ano, cerca de 70% da estrutura municipal deverá estar requalificada, o que inclui novos mobiliários e equipamentos. 
 
Fonte iG

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