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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Dormir mais no final de semana pode aumentar os riscos de diabetes, obesidade e fadiga crônica

Dormir mais no final de semana pode aumentar os riscos de diabetes, obesidade e fadiga crônica  Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação
Segundo estudo, compensar o sono na folga desajusta o relógio biológico
 
Quem leva uma vida agitada quase sempre aguarda ansiosamente o final de semana para poder “colocar o sono em dia”, dormindo várias horas a mais do que durante a semana. Mas, essa não é a melhor atitude a ser tomada, segundo um estudo publicado na Science Translational Medicine e apresentado no Endo 2013 – Encontro e Exposição Anual da Sociedade Americana de Endocrinologia. Os pesquisadores concluíram que essa prática pode desalinhar o relógio biológico, trazendo consequências negativas para o organismo.
 
O fenômeno é chamado de jet lag social, em uma referência às alterações no ritmo do sono e da disposição de pessoas que viajam muito tempo de avião e sentem cansaço e sonolência até que se adaptem ao novo fuso horário. A endocrinologista Andressa Heimbecher explica:
 
— Este é o estudo de mais impacto sobre alterações hormonais e metabólicas relacionados ao sono já feito com humanos. Sua grande descoberta é esse desalinhamento do relógio biológico, que pode gerar problemas na saúde.
 
Segundo a endocrinologista, o desajuste ocorre pois é preciso um número regular de horas de sono para que ocorra a liberação adequado dos hormônios noturnos.
 
Pessoas que trabalham em turnos ou horários diferentes a cada dia ou que não têm um padrão de sono definido correm o risco de desenvolver fadiga crônica, queixas intestinais e ter aumentado o risco de obesidade e diabetes. Adolescentes e estudantes, que costumam aumentar o tempo de sono no fim de semana, também são prejudicados.
 
— Quando uma pessoa apresenta este padrão desorganizado de sono, ocorre um desalinhamento no relógio biológico e o corpo passa a perder o ritmo. O sono passa a ocorrer em horas em que deveríamos estar alertas (no trânsito, por exemplo), a fome em horários diversos e sem relação com o fato de estar alimentado ou não — diz a especialista.
 
Um dos problemas gerados pelo jet lag social é a falta de resposta à insulina, que aumenta os níveis de açúcar no sangue. Há uma redução do hormônio leptina (que gera saciedade) e, ao mesmo tempo, um aumento do hormônio grelina (que gera fome).
 
— Foi observado, também, que quando o relógio biológico está desalinhado, aumenta o hábito de beliscar entre as refeições — alerta a endocrinologista.
 
O nível de cortisol — hormônio relacionado ao estresse — também aumenta nessa situação, o que gera um crescimento dos níveis de glicose no sangue.
 
Para diminuir os efeitos do jet lag é preciso melhorar a qualidade do sono. Para isso, a endocrinologista indica ficar exposto à luz solar durante o dia. Além disso, duas horas antes de dormir, deve-se evitar fazer refeições muito pesadas e ingerir alimentos estimulantes que contenham cafeína. Praticar exercícios físicos próximos à hora de dormir também é desaconselhável — eles podem ser feitos à noite, mas com pelo menos duas horas antes do horário de deitar-se. E, na hora do sono, o melhor é escolher um ambiente de temperatura agradável, completamente escuro e sem barulho.
 
— O ideal é tentar dormir uma média de 8 horas por noite até o corpo se habituar ao novo fuso — aconselha a especialista.
 
Quanto ao jet lag social, a médica sugere equilibrar as horas de sono, deixando os períodos semelhantes durante a semana e nos fins de semana.
 
— Não existe ‘poupança de sono’. O sono perdido não será recuperado. E agora sabemos que um bom sono não se faz apenas com quantidade e qualidade. Ele se faz também com regularidade.

Fonte Zero Hora

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