Há alguns dias falamos sobre o hipertireoidismo e, como recebemos muitos pedidos, fomos investigar sobre o hipotireoidismo. Tanto um como o outro ocorrem devido à desregulação na produção dos hormônios da glândula tireoide.
Segundo a endocrinologista Roberta Frota, do Hospital 9 de Julho, a mesma que nos orientou sobre o hipertireoidismo, “o hipotireoidismo é uma doença que decorre do mau funcionamento da tireoide, ou seja, a glândula trabalha de maneira mais lenta.”
A predisposição genética é um dos fatores que podem desencadear a doença. Outro, menos frequente, é o uso de alguns medicamentos como, por exemplo, a amiodarona, que é usada para arritmias cardíacas. “A principal causa é a tiroidite de Hashimoto. Nesta doença, existem anticorpos que o corpo produz contra a própria tiroide, prejudicando assim a produção dos hormônios T3 e T4”, explica.
As mulheres são as mais acometidas pela doença principalmente dos 30 aos 50 anos. Nos homens, a doença costuma aparecer por volta dos 65 anos.
Outro esclarecimento importante é que quando a pessoa opera do hipertireoidismo há chances de desenvolver o hipotireoidismo pois, “há o risco de se extrair grande parte da tireoide e a função da parte restante não ser suficiente, resultando em baixos níveis de T3 e T4.”
Vale lembrar também que o hipotireoidismo pode ser identificado pelo teste do pezinho em bebês. As chances são baixas, cerca de 1 em cada 4 mil. Mas, quando positivo, é preciso iniciar imediatamente o tratamento, pois pode causar retardo mental.
Geralmente, as pessoas só buscam a ajuda médica quando percebem que estão engordando e desconfiam do problema. Alguns dos sintomas são: fadiga ou cansaço em excesso ao realizar as atividades mesmo por um curto espaço de tempo; ganho ou incapacidade de perder peso; extremidades do corpo frias; pescoço inchado; sonolência em excesso ou insônia; diminuição da energia no período da tarde; unhas fracas, quebradiças e com descamação; pele seca, escamosa ou com a aparência pálida; queda de cabelo; falta de coordenação; dificuldade de concentração, entre outros.
Algumas mulheres desencadeiam a depressão pós-parto, ciclos menstruais irregulares, perda de libido e até casos de aborto. No caso dos homens, pode haver perda de libido e disfunção erétil.
“O tratamento é simples, mas deve ser monitorado pelo médico. É feita a reposição do hormônio T4”, ressalta Roberta. Essa reposição é feita com medicamentos todos os dias pela manhã em jejum. É importante esperar até 40 minutos para comer. Isto porque o intestino precisa absorver os compostos. O tratamento deve ser levado a sério, pois os pacientes que não seguem as orientações médicas e deixam de tomar os remédios regularmente, começam a ser afetados novamente pelos sintomas nada agradáveis.
Paratireoides
O leitor Carlos nos enviou uma mensagem dizendo que na cirurgia de extração da tireoide da mulher dele o médico extraiu, por engano, as paratireoides e que hoje ela precisa fazer a reposição do cálcio e sofre com muitas cãimbras. De acordo com Roberta, na cirurgia não há indicação de se tirar também as paratireoides, isso é uma complicação do tratamento. Ela explica que às vezes as paratireoides estão muito próximas à tireoide e o cirurgião tem dificuldade em preservá-las. Neste caso, é necessário repor cálcio e Vitamina D em doses suficientes para que a pessoa não sinta essas cãimbras e formigamentos e tenha uma vida normal.
As paratireoides ficam na parte posterior da tireoide. São quatro pequenas glândulas endócrinas que secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea, daí, a importância de realizar a reposição do cálcio quando não se tem as paratireoides.
Com a saúde, não dá para bobear. Sentiu algo fora no normal, procure um médico.
universojatoba.com.br
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