Foto: Ministério da Saúde Protocolo orienta como o paciente, com determinado diagnóstico de câncer, deve ser tratado com a indicação de drogas, formas de cirurgias entre outros pontos |
Ordenar a assistência médica dos pacientes em tratamento do câncer no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP) por meio de protocolos clínicos. Esse foi o objetivo de um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, liderados pelo professor Eduardo Magalhães Rego, do Departamento de Clínica Médica Hematologia e Hemoterapia. Eles contaram ainda com a participação de Andrés Poveda, do Instituto Valenciano de Oncologia e fundador do Grupo Espanhol de Pesquisa de Câncer de Ovário (GEICO). Ele passou seis semanas em Ribeirão Preto como professor visitante do programa da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP.
Segundo o professor Rego, com base na experiência do grupo espanhol, que é um dos maiores grupos de pesquisa de oncologia clínica do mundo, os protocolos definem qual é a melhor estratégia de tratamento dentro do que há disponível no hospital da rede pública. "O protocolo orienta como o paciente, com determinado diagnóstico de câncer, deve ser tratado, com a indicação de drogas, formas de cirurgias, intensidade de radioterapia, entre outros".
Segundo Poveda, os protocolos foram elaborados a partir de guias internacionais. "Ordenar a assistência de todos os dias é uma maneira certificar que, quando chega um novo caso, o médico já tenha definido as formas de tratamento".
Redes multicêntricas
A participação de Andrés Poveda na sistematização do protocolo é só o início de uma pareceria entre a FMRP e o GEICO. O grupo espanhol tem experiência na formação de redes multicêntricas em estudos clínicos, na qual vários hospitais adotam o mesmo protocolo de pesquisa para a melhoria na obtenção de resultados. A proposta é que a Faculdade de Medicina participe dessa rede multicêntrica.
O professor Eduardo Rego explica que o projeto de pesquisa ainda está sendo estabelecido e será sobre o câncer de colo de útero, junto com o professor Jurandyr Moreira de Andrade, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. "Ainda vamos submetê-lo ao comitê de ética da Faculdade. Queremos comparar o efeito de um tipo de quimioterapia, que nós chamamos de neoadjuvante. Ela é utilizada para determinados estágios do câncer de colo, mas esses estágios ainda não estão bem estabelecidos e é isso que queremos analisar. Provavelmente, além do grupo espanhol, centros mexicanos participarão do estudo".
Outra parceria estabelecida com o professor Andrés Poveda é o intercâmbio de pesquisadores. No próximo ano, residentes e pós-graduandos da USP Ribeirão Preto farão treinamento no Instituto Valenciano de Oncologia. De acordo com Poveda, o Instituto é voltado para assistência médica e pesquisa. Ele destaca que o modelo adotado no tratamento de pacientes é diferenciado, pois é integrado ao redor de uma patologia.
"O paciente é atendido por uma equipe multidisciplinar que não muda. Quando ele chega ao instituto ele será atendido sempre pelo mesmo fisioterapeuta, psicólogo, radioterapeuta, entre outros. O serviço não é separado e isso é uma vantagem ao paciente, pois conhece a equipe e se sente confiante, e para o tratamento que é mais eficaz. Toda semana a equipe se reúne para discutir novas ideias".
Isaude.net
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