Divulgação/Unimed do Brasil
Aquino: 'se alguma unidade tem dificuldade, de alguma forma
saiu do caminho'
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A Unimed do Brasil está pronta a sair em socorro da Unimed Paulistana, a quarta maior entre as 367 cooperativas que fazem parte do grupo. A unidade de São Paulo está novamente com problemas financeiros e administrativos que podem colocar em risco o atendimento aos seus beneficiários, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
“[ A situação da Unimed Paulistana ] preocupa porque ela faz parte do sistema Unimed”, diz Eudes de Freitas Aquino, presidente do órgão que reúne as cooperativas, em entrevista ao iG . “E a Unimed do Brasil sempre se pôs à disposição e continua se pondo à disposição da Unimed Paulistana para tentar superar essa fase aí.”
O apoio poderia se na forma de “suporte técnico”, diz Aquino. Sobre um eventual aporte financeiro, o presidente da Unimed do Brasil afirma ser necessário “sentar e discutir”. Até agora, entretanto, nenhum pedido de dinheiro foi feito, segundo ele.
“Temos várias forças-tarefa que podem ajudar nessa transição. As cooperativas têm a sua individualidade regida por lei, a gente não pode interferir. A cooperativa é que tem de se manifestar [e pedir ajuda]."
As dificuldades na Unimed Paulistana e os riscos de deixar na mão seus 809 mil beneficiários levaram a ANS a colocar um fiscal dentro da operadora para acompanhar de perto suas contas. O regime é conhecido como direção fiscal.
É a segunda vez que isso acontece em quatro anos – a primeira direção fiscal vigorou de 2009 a 2011.
Se a operadora não apresentar um novo plano de recuperação factível, pode ter de transferir sua carteira de clientes para outras operadoras, num processo conhecido como portabilidade.
Para Aquino, a Unimed Paulistana tem chances de se recuperar. “Eu acho que tem de fazer um plano de recuperação e, fundamentado nesse plano, eu acho que sim [ há chance de recuperação ]. Ela ainda é uma empresa viável”, afirma Aquino.
A Unimed Paulistana diz, em nota divulgada quando a direção fiscal foi decretada, ter certeza de que o processo será temporário e em nada afetará os negócios da operadora.
‘Saiu do caminho habitual’
Atualmente, há 21 planos em regime de portabilidade por causa de problemas financeiros ou administrativos graves. Desses, cinco são Unimeds ( veja a lista completa no site da ANS ). Para o presidente da Unimed do Brasil, a ocorrência de problemas em algumas unidades é natural e decorre de fatores externos, mas também de derrapagens na administração.
“Se alguma unidade tem alguma dificuldade, de alguma forma ela saiu do caminho habitual que deve pautar o comportamento das cooperativas. Ou uma questão de mercado local pode influenciar”, afirma Aquino. “Mas se houver o cumprimento estrito das regras cooperativistas não tem o que dar errado.”
Aquino, que participa nesta semana da 43ª Convenção Nacional das Unimeds em Belo Horizonte, não critica as punições estabelecidas pela ANS contra as operadoras, embora defenda que seja necessário haver mais diálogo sobre as normas.
Para o presidente da união das cooperativas, o principal problema da regulação é limitar as opções de planos que podem ser oferecidos pelas operadoras.
"As operadoras teriam de ter o livre arbítrio de montar seus planos de acordo com os seus perfis e com o mercado local em que estão situadas", afirma Aquino. "E [ aí ] a ANS regula essa situação de modo que haja satisfação do cliente e cumprimento da regra contratual. Se acontecer isso já está de bom tamanho."
iG
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