Em países que gastam menos US$ 2.mil anuais/pessoa com saúde, 60% dos doentes morrem após diagnóstico do câncer de mama
A mortalidade por câncer é menor nos países da União Europeia com maior despesa sanitária, especialmente em casos de câncer de mama, mostra estudo apresentado no Congresso Europeu de Câncer 2013, em Amesterdã, capital holandesa.
Nos países que gastam em saúde menos de US$ 2.000 anuais por pessoa, como a Romênia, Polônia e Hungria, cerca de 60% dos doentes morrem após o diagnóstico da doença, enquanto nos que despendem entre US$ 2.500 e US$ 3.000, como Portugal, a Espanha e o Reino Unido, a mortalidade fica entre 40% e 50%. Na França, Bélgica e Alemanha, com gasto acima de US$ 4.000, a mortalidade está abaixo de 40%.
Segundo os autores do estudo, citados pela Agência EFE, a riqueza e o maior gasto sanitário estão associados tanto a uma maior incidência de câncer, quanto à menor mortalidade pela doença. O trabalho está publicado na revista científica especializada Annals of Oncology.
Um dos autores, o oncologista espanhol Felipe Ades, destacou que quanto mais dinheiro se destina à saúde, menor é o número de mortes após o diagnóstico de um câncer e que essa relação é "mais evidente" no caso do câncer de mama.
Os investigadores também observaram que, apesar de todas as iniciativas para harmonizar as políticas sanitárias públicas, há uma "diferença significativa" entre o gasto sanitário e a incidência de câncer nos 27 estados da União Europeia, que é ainda mais clara entre os países europeus orientais e ocidentais.
O estudo analisa os motivos da maior incidência da doença nos países da Europa Ocidental, mas sugere que este fato se deve em parte à existência de maior número de programas de triagem, que permitem detectar casos de câncer nas fases mais precoces e mais tratáveis terapeuticamente.
Isaude.net
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