Rio de Janeiro – O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil
Haddad (Into), na zona portuária do Rio de Janeiro, faz ao longo desta semana um
mutirão de cirurgias para atender mais de 40 crianças e adolescentes, entre 1 e
15 anos, com deformidades ortopédicas. Trata-se do segundo mutirão feito pelo
Centro de Ortopedia Pediátrica em 2013.
A iniciativa faz parte de um conjunto de medidas determinado pelo Ministério
da Saúde para ampliar a capacidade de atendimento do Into e reduzir o tempo de
espera por cirurgias ortopédicas. Segundo o médico-chefe do Centro Ortopédico
Pediátrico, Pedro Henrique Mendes, o tempo de espera atualmente pode chegar a um
ano. A meta é que o paciente espere entre dois e três meses.
“O tempo de espera é grande, pois temos poucas unidades que realizam essas
cirurgias no estado. Além disso, atendemos também a demandas de outros estados,
por sermos uma instituição federal”, explicou o médico ao afirmar que a demanda
por esse tipo de cirurgia é similar à de outros países em desenvolvimento, mas
há carência de centros especializados em cirurgias ortopédicas no Brasil.
Ainda de acordo com Mendes, a maioria dos casos são de doenças que afetam o
sistema neuromuscular, síndromes ou deformidades ortopédicas congênitas, como o
pé torto. “Em mais da metade desses pacientes é necessário fazer mais de um
procedimento cirúrgico, pois há doenças que acometem os dois pés ou as duas
pernas”, informou ele.
O cirurgião também esclareceu que algumas doenças são comuns em todo o mundo,
como o pé torto. Outras, no entanto, são deformações que poderiam ser evitadas e
que ocorrem em alguns lugares do Brasil devido à falta de estrutura para
assistências pré e pós-natal. “Algumas mães, sem acesso a um pré e pós-natal
adequados, têm complicações como parto muito prolongado – que pode acarretar na
asfixia da criança, ou parto prematuro – que pode prejudicar o sistema nervoso.
Essas complicações impactam igualmente o sistema osteo muscular”, disse.
Quase 400 cirurgias pediátricas foram feitas neste ano pelo Into, sendo a
maioria para o tratamento de fraturas, alongamento ósseo e correção do pé torto.
Desde o início do ano, o Into fez 12 mutirões que atenderam 740 pacientes. Foram
760 cirurgias efetuadas pelos centros especializados em crânio maxilofacial,
quadril, coluna, oncologia ortopédica, ortopedia pediátrica, joelho, ombro,
microcirurgia reconstrutiva, pé e tornozelo, medicina esportiva e mão.
Em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, 268 pacientes foram
encaminhados para cirurgia no Hospital Estadual da Criança, em Vila Valqueire,
na zona oeste.
Agência Brasil
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