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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Casos de conjuntivite aumentam 30% nos meses mais quentes do ano

Casos de conjuntivite aumentam 30% nos meses mais quentes do ano Lauro Alves/Agencia RBS
Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
Uso de colírio sem prescrição médica pode causar catarata
A doença pode ser transmitida através da água da piscina, do mar e compartilhamento de equipamentos eletrônicos
 
Mais do que qualquer outro, o olho é o órgão que mais sofre com o calor. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, é no verão que acontecem os maiores surtos de conjuntivite. Ele explica que, nos meses mais quentes do ano, o número de pessoas com o problema chega a ser 30% maior.

O maior gatilho para o aumento são a proliferação de bactérias, o contato com a água contaminada e o compartilhamento de equipamentos eletrônicos.

O especialista afirma que, por serem contagiosas, tanto a conjuntivite viral quando a bacteriana estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no Brasil.

Saiba o que é a doença
A conjuntivite se caracteriza como a inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste a face interna das pálpebras e a íris.

Ela pode existir de duas formas: bacteriana e viral. A primeira se caracteriza por uma secreção amarelada e purulenta, mais comum em crianças. De acordo com o ofatalmologista, isso ocorre porque os pequenos ainda estão com a imunidade em desenvolvimento, além de permanecerem mais tempo imersos na água do mar ou da piscina, o que funciona como um veículo de transmissão.

Em estágio inicial, o tratamento pode ser feito com compressas de água morna. Entretanto, se os sintomas não desaparecerem em dois dias, Queiroz Neto recomenda que a família consulte um oftalmologista, que prescreverá o colírio antibiótico mais adequado.

A viral, por sua vez, inicia-se por uma secreção aquosa, que vai se tornando espessa. Quando o indivíduo acorda, tem alguma dificuldade em abrir os olhos, porque os cílios ficaram colados com ela.

Altamente contagiosa, pode ser transmitida até mesmo por equipamentos, como computadores. Isso porque, ao esfregar os olhos, os vírus podem ser espalhados no teclado ou mouse. Por isso, o oftalmologista recomenda que as pessoas tomem cuidado ao compartilhar aparelhos eletrônicos, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho.

— Como piscamos cinco vezes menos na frente do computador, os olhos ressecam, ficando mais expostos a contaminação — esclarece.

O tratamento é feito com colírio antiinflamatório, que pode ser hormonal (corticóide) ou não. O uso da medicação sem acompanhamento pode causar catarata ou glaucoma.

Embora os tratamentos para a viral e a bacteriana sejam diferentes, os dois tipos têm alguns sintomas em comum, como os olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira, sensação de que há algo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada.

Uso de colírio sem prescrição médica pode causar catarata
Um estudo conduzido por Queiroz Neto, com 369 pessoas mostra que, no verão, 40% dos pacientes chegam ao consultório utilizando colírio por conta própria, contra 30% no restante do ano.

O problema disso é que, de acordo com o Ministério da Saúde, a automedicação é a maior causa de internações por intoxicação no Brasil. Em longo prazo, o oftalmologista diz que a medicação pode, inclusive, causar catarata.

— O brasileiro tem esse hábito porque, independentemente da fórmula, todo colírio traz mais conforto para o olho.

Como prevenir

— Mantenha as mãos sempre limpas

— Evite coçar os olhos

— Depois de lavar as mãos, higienize com solução de 70% de álcool

— Quem compartilha computador deve limpar o mouse e o teclado com álcool a 70%

— Evite tocar no corrimão de escadas públicas

— Não compartilhe colírio, toalhas, fronhas ou maquiagem

Zero Hora

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