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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Sem material para descartar seringas, Prefeitura de BH recomenda "criatividade" aos servidores

Sindibel / Divulgação
Descarte improvisado aumenta risco de contaminação; prefeitura
 não comprou material para o início de campanha de vacinação
Empresa vencedora de licitação foi desclassificada; segunda colocada promete 15 mil unidades
 
Na falta de recipiente adequado para descarte de seringas e ampolas, a Prefeitura de Belo Horizonte recomenda aos funcionários de centros de saúde que "usem a criatividade" e depositem materiais usados na campanha de vacinação contra a gripe em suportes improvisados como "caixas duras, galões".
 
O ofício, assinado em 24 de abril pela gerente interina da Gerência de Atenção a Saúde da Regional Centro Sul, Rita de Cássia Meira, foi divulgado nesta terça-feira (13) pelo Sindibel, o sindicato que representa os servidores municipais de BH.
 
A gerente pede que o improviso não comprometa a "biossegurança" e dá a entender que a prefeitura ordenou o início da campanha de vacinação mesmo sabendo da falta do material para descarte, quando afirma que "não há a possibilidade da não abertura da sala de vacinas por este motivo". A campanha ocorre até 23 de maio em BH. Em 2013, foram imunizadas 496.899 pessoas, ou 94% do público-alvo.

De acordo com comunicado do Sindibel, o material não chega às prateleiras porque a compra foi interrompida pela prefeitura por causa do acúmulo de notas não pagas ao fornecedor. A Prefeitura nega esta informação.
 
Sindibel / Divulgação
Ofício orienta improviso para descarte de material hospitalar por falta de suporte adequado
Usado para o descarte adequado de material hospitalar perfurante, o "equipamento é essencial para prevenir a contaminação, tanto dos trabalhadores quanto dos usuários das unidades de saúde". Ainda segundo o Sindibel, em 22 de abril a Secretaria de Saúde foi pressionada a comprar o material, mas ainda não respondeu ao ofício.
 
Resposta da PBH
Em nota enviada no início da noite, a Secretaria de Saúde afirma que a falta de fornecimento "não se deu em razão de problemas com pagamento", mas a problemas de documentação fiscal da empresa vencedora da licitação, Tríade Farmacêutica Ltda,  que foi desclassificada por este motivo e por não conseguir atender à demanda exigida. A segunda colocada, Efetive Produtos Médicos e Hospitalares, foi convocada e já retirou nota de empenho para 15 mil unidades do Descarpack. Segundo a prefeitura, o prazo máximo para entrega é 28 de maio. Como o material ainda deve demorar duas semanas para chegar aos postos, a PBH explica que "como medida alternativa estão sendo usadas caixas com paredes similares à Descarpack. Os materiais perfuro cortantes estão sendo acondicionados separadamente de outros materiais, de forma a evitar contaminação". A Secretaria rebate a acusação do Sindibel de que a empresa CenterLab seja a fornecedora dos materiais.
 
Paralisação
Os sindicalistas denunciam a falta de materiais básicos para o trabalho nos centros de saúde de Belo Horizonte como um dos fatores que impede o tratamento adequado de pacientes. Em paralisação há uma semana, os servidores realizam assembleia na Praça da Estação nesta quarta-feira (14) para discutir a greve geral. Os servidores querem 15% de aumento, enquanto a PBH admite pagar 5,56%.
 
Texto do ofício enviado a centros de saúde da Regional Centro-Sul:
 
"Não há previsão de compra dos Descarpack para a campanha. Foi pedida a compra, porém não foi efetivada. Estamos recebendo a comunicação dos CS e repassando para as Geas. No entanto, não há a possibilidade da não abertura da sala de vacinas por este motivo. Por favor, coloquem em caixas box, caixas dura (sic), galões. Neste momento solicito que usem a criatividade. Tudo isso não comprometendo a biossegurança".

R7

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