Foto: Guto Kuerten / Agencia RBS |
Médicos pedem que as imunizações sejam mantidas em dia
Médicos insistem para que mães e pais mantenham em dia a vacinação
dos filhos, ficando atentos às doses de reforço e aos conselhos dos
pediatras. Alertam que as doenças ressurgem quando menos se espera, como
a coqueluche, cuja incidência aumentou 10 vezes nos últimos três anos e
matou 83 crianças no país, em 2012.
Nos Estados Unidos e na Europa, aumentaram os casos de enfermidades passíveis de prevenção porque as famílias baixaram a guarda na imunização das crianças. Em São Paulo, no início do mês, foi detectado um foco de movimento antivacina, o qual, embora minoritário, permitiu o contágio da coqueluche e do sarampo em pontos isolados da capital paulista.
Integrante do comitê de ética da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Juarez Cunha observa que sempre houve pais refratários à vacinação, por motivos religiosos ou filosóficos. No Rio Grande do Sul, seriam tão escassos que não influenciam nas estatísticas. Também há os desleixados e os que suspendem a proteção por julgarem extinta a doença.
— Na minha opinião, são egoístas os pais que não vacinam, porque os filhos não podem decidir por eles — diz Cunha, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e também membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
Uma criança não vacinada, além de ficar à mercê de vírus e bactérias, expõe outras a risco na creche ou no colégio. O pediatra do Hospital da Criança Conceição, Luiz Roberto Braun Filho, acrescenta outro fator que pode contribuir para a queda na imunização. Há mães que hesitam completar as doses em função dos efeitos adversos percebidos na primeira vacina.
— Em média, uma a cada 10 pacientes expõe esse tipo de dúvida no consultório — informa.
Ministério garante entrega das doses
O pediatra esclarece que a vacina, em algumas crianças, pode causar febre e dor. Embora desconfortáveis, são reações normais e devem ser toleradas. Aos pais, Braun Filho pondera que o inconveniente de um mal-estar é mínimo diante da ameaça de contrair uma enfermidade grave por falta de prevenção.
— Depois de explicados os benefícios da vacina, a grande maioria dos pais acaba consentindo — diz o especialista.
Os cuidados devem se estender a doenças que estão erradicadas no Brasil, como a poliomielite (paralisia infantil).
Como o poliovírus segue ativo na Ásia e na África, e as pessoas atualmente viajam mais, o contágio pode ser importado.
A coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Tani Ranieri, também reconhece o percentual de pais resistentes a vacinas, mas assegura que não influi nos números.
— Não são relevantes, não chegam a criar um bolsão de crianças suscetíveis — diz.
Tani lamenta que o governo federal tenha atrasado as remessas da tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola), ano passado, dificultando a campanha de imunização. Admite que pais, ao irem no posto de saúde, podem não ter encontrado a vacina. O Ministério da Saúde garante que o abastecimento foi normalizado, após problemas com o laboratório fabricante.
Para a coordenadora da SES, é indispensável que os pais estejam vigilantes ao calendário de vacinação, especialmente aos reforços de doses. Tani diz que a "consciência do coletivo" é o maior antídoto contra a proliferação de vírus malignos.
O avanço da coqueluche
Os casos da doença em crianças brasileiras aumentaram 10 vezes, nos últimos três anos, alerta a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Confira os dados de 2012.
— No Brasil: a incidência atingiu 5,5 mil crianças, das quais 83 morreram (80 tinham menos de um ano de idade).
— No Rio Grande do Sul: oito crianças morreram de coqueluche, sendo duas em Porto Alegre.
— 75% do contágio é transmitido por familiares, que não conseguem diagnosticar o problema em si e acabam passando para os pequenos.
Casos confirmados no Estado em cada ano:
2007 - 137 casos
2008 - 222 casos
2009 - 141 casos
2010 - 109 casos
2011 - 162 casos
2012 - 439 casos (dado preliminar)
Fontes: Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
Saúde Web
Nos Estados Unidos e na Europa, aumentaram os casos de enfermidades passíveis de prevenção porque as famílias baixaram a guarda na imunização das crianças. Em São Paulo, no início do mês, foi detectado um foco de movimento antivacina, o qual, embora minoritário, permitiu o contágio da coqueluche e do sarampo em pontos isolados da capital paulista.
Integrante do comitê de ética da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Juarez Cunha observa que sempre houve pais refratários à vacinação, por motivos religiosos ou filosóficos. No Rio Grande do Sul, seriam tão escassos que não influenciam nas estatísticas. Também há os desleixados e os que suspendem a proteção por julgarem extinta a doença.
— Na minha opinião, são egoístas os pais que não vacinam, porque os filhos não podem decidir por eles — diz Cunha, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e também membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
Uma criança não vacinada, além de ficar à mercê de vírus e bactérias, expõe outras a risco na creche ou no colégio. O pediatra do Hospital da Criança Conceição, Luiz Roberto Braun Filho, acrescenta outro fator que pode contribuir para a queda na imunização. Há mães que hesitam completar as doses em função dos efeitos adversos percebidos na primeira vacina.
— Em média, uma a cada 10 pacientes expõe esse tipo de dúvida no consultório — informa.
Ministério garante entrega das doses
O pediatra esclarece que a vacina, em algumas crianças, pode causar febre e dor. Embora desconfortáveis, são reações normais e devem ser toleradas. Aos pais, Braun Filho pondera que o inconveniente de um mal-estar é mínimo diante da ameaça de contrair uma enfermidade grave por falta de prevenção.
— Depois de explicados os benefícios da vacina, a grande maioria dos pais acaba consentindo — diz o especialista.
Os cuidados devem se estender a doenças que estão erradicadas no Brasil, como a poliomielite (paralisia infantil).
Como o poliovírus segue ativo na Ásia e na África, e as pessoas atualmente viajam mais, o contágio pode ser importado.
A coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Tani Ranieri, também reconhece o percentual de pais resistentes a vacinas, mas assegura que não influi nos números.
— Não são relevantes, não chegam a criar um bolsão de crianças suscetíveis — diz.
Tani lamenta que o governo federal tenha atrasado as remessas da tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola), ano passado, dificultando a campanha de imunização. Admite que pais, ao irem no posto de saúde, podem não ter encontrado a vacina. O Ministério da Saúde garante que o abastecimento foi normalizado, após problemas com o laboratório fabricante.
Para a coordenadora da SES, é indispensável que os pais estejam vigilantes ao calendário de vacinação, especialmente aos reforços de doses. Tani diz que a "consciência do coletivo" é o maior antídoto contra a proliferação de vírus malignos.
O avanço da coqueluche
Os casos da doença em crianças brasileiras aumentaram 10 vezes, nos últimos três anos, alerta a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Confira os dados de 2012.
— No Brasil: a incidência atingiu 5,5 mil crianças, das quais 83 morreram (80 tinham menos de um ano de idade).
— No Rio Grande do Sul: oito crianças morreram de coqueluche, sendo duas em Porto Alegre.
— 75% do contágio é transmitido por familiares, que não conseguem diagnosticar o problema em si e acabam passando para os pequenos.
Casos confirmados no Estado em cada ano:
2007 - 137 casos
2008 - 222 casos
2009 - 141 casos
2010 - 109 casos
2011 - 162 casos
2012 - 439 casos (dado preliminar)
Fontes: Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
Saúde Web
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