Representantes do Instituto Rio de Histórias visitaram ontem (28), Dia
Nacional do Voluntariado, o Hospital Estadual da Criança, voltado para
cirurgias de média e alta complexidade tratamento de crianças com
câncer
Na visita, voluntários do instituto, que faz parte da Associação
Viva e Deixe Viver, contaram histórias para as crianças internadas. O
objetivo é alegrar o ambiente e mudar o cenário do hospital, situado em
Vila Valqueire, na zona norte do Rio.
O projeto faz parte da
rotina do Hospital da Criança desde a sua inauguração, em março do ano
passado, e tem contribuído para melhorar a qualidade de vida dos
pacientes e de seus pais, diz a médica oncologista pediátrica Patrícia
Moura, responsável pelo serviço. Além do Rio de Histórias, duas
organizações não governamentais (ONGs), a Trupe Miolo Mole e a
Sorrisoterapia estão presentes todas as semanas na unidade de saúde, que
conta com um grupo de apoio às famílias dos pacientes formado por
psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e recreadores.
De
acordo com a médica, contar histórias ajuda a reduzir o peso do
tratamento das 75 crianças que estão internadas e fazem quimioterapia na
unidade. "É um momento em que elas esquecem um pouco da doença, do
tratamento, das agulhas e voltam a viver a realidade de uma criança que
não está passando por um problema como esse", disse Patrícia. Para ela,
isso torna o tratamento mais fácil, menos sofrido. A unidade dispõe
ainda de uma brinquedoteca móvel e promove diversas outras atividades,
informou a médica hospital.
No decorrer do ano, os voluntários
contadores de história visitam 24 hospitais na capital fluminense. De
acordo com a fundadora do Rio de Histórias, Regina Porto, pesquisas
mostram que esse tipo de atividade melhora o tratamento das crianças.
"Pesquisas mostram que, com trabalhos de humanização nos hospitais,
diminui a ingestão de remédios, as crianças esquecem um pouco da dor, do
ambiente onde estão", ressaltou Regina. Segundo ela, atualmente,
trabalhos voluntários voltados para a humanização na saúde são
monitorados e sabe-se qual é o resultado antes e depois desse tipo de
intervenção.
Uma das pacientes do Hospital da Criança é Sofia
Queiroz, de 4 anos. Natural de Manaus, Sofia tem uma doença muito
agressiva e rara, rabdomiossarcoma parameníngeo esquerdo, e já terminou o
tratamento. Ela passa agora pelos procedimentos finais para entrar no
controle por medicamentos orais. A mãe de Sofia, Lorena Cristal de
Almeida Borel, conta que, no mês passado, elas foram para casa e a
menina sentiu falta do hospital.
"Passamos 17 dias em Manaus e
ela sempre perguntava: 'mamãe, quando a gente vai voltar?'. Ela adora e
todo mundo gosta dela. As histórias dos contadores têm ajudado muito no
tratamento dela e de outras crianças. Os palhaços da alegria também
ajudam muito. As pessoas aqui se doam muito", enfatizou Lorena.
Adriele
Sampaio da Silva é mãe de Lorena, de 7 anos, portadora de leucemia LMA,
que está internada há um ano e um mês no hospital. "A Lorena gosta
bastante das histórias e, quando o contador vem ao hospital, não deixa
ele sair enquanto não contar umas três vezes a do Pinóquio, que é o
preferido dela." Lorena confirmou que gosta de brincar e que a história
preferida é a do Pinóquio. "Eu gosto de escutar a história do tio, é
muito divertida. E eu vou ficar boa", afirmou.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário