Diretor do Instituto Nacional de Saúde disse que medida extraordinária é necessária para acelerar pesquisa contra vírus
O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em
Inglês) anunciou, nesta quinta-feira (28), que vai iniciar na próxima
semana os testes de uma vacina contra o vírus ebola em seres humanos. Em
fase inicial, os primeiros experimentos serão realizados em 20
voluntários na sede do Instituto, em Bethesda, Estado de Maryland,
próximo à capital, Washington. A informação foi divulgada pelo diretor
do NIH, Francis Collins, durante entrevista coletiva.
Segundo ele, o instituto já estava trabalhando no projeto
da vacina há cerca de uma década, mas a situação de descontrole da
doença no oeste africano fez com que a pesquisa fosse "acelerada".
"Tivemos de adotar medidas extraordinárias para iniciar os estudos o
mais rápido possível", afirmou.
A pesquisa é realizada pelo NIH
em parceria com outra agência estatal americana, o Instituto Nacional de
Alergia e Enfermidades Infecciosas (Niaid). Ele também conta com o
apoio da indústria farmacêutica privada GlaxoSmithKline.
O diretor
do Niaid, Anthony Fauci, também participou da entrevista e falou da
necessidade de encontrar uma resposta eficaz e rápida devido ao iminente
risco de proliferação do vírus ebola.
"A
epidemia já contaminou mais de 3 mil pessoas e matou mais da metade dos
infectados. A situação está sem controle e por isso é preciso trabalhar
em todas as frentes possíveis, com os métodos tradicionais de
isolamento das pessoas infectadas, novos medicamentos, mas também na
busca de uma resposta de prevenção imunológica", disse ele.
Faucci
justificou a participação da GlaxoSmithKline como "co-pesquisadora"
devido à necessidade de se produzir uma vacina em larga escala caso o
resultado da pesquisa seja satisfatório. Os voluntários - todos adultos
saudáveis - serão avaliados nove vezes ao longo de 48 semanas e, para
garantir sua segurança, os cientistas darão a vacina a apenas três
pessoas ao mesmo tempo. "A segurança é primordial quando se faz testes
com drogas experimentais em pessoas saudáveis", resumiu.
Agência Brasil
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