FAO aprovou programa para entregar 65 mil toneladas de alimentos a 1,3 milhão de pessoas infectadas; no Congo, já são 31 mortos
Roma e Kinshasa - A pior epidemia de Ebola do mundo colocou colheitas em
risco e fez os preços subirem no oeste da África, disse nesta
terça-feira a FAO, agência da Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura, alertando que o problema vai se intensificar
nos próximos meses.
A entidade emitiu um alerta especial para Libéria, Serra Leoa e
Guiné, os três países mais afetados pelo surto, que matou cerca de 1.550
pessoas desde que o vírus foi detectado nas selvas remotas do sudeste
de Guiné, em fevereiro.
Restrições aos movimentos das pessoas e a implementação de zonas de
quarentena para conter a difusão da febre hemorrágica levou a compras
desesperadas, falta de alimentos e aumento de preços nos países menos
preparados para absorver o choque.
— Mesmo antes do surto do Ebola, as famílias em algumas das áreas
mais afetas estavam gastando até 80% de sua renda com alimentos — disse
Vincent Martin, chefe da unidade da FAO em Dakar, que está coordenando a
resposta da agência.
A produção de arroz e milho cairá durante a estação de colheita que
se aproxima, à medida que restrições de migração e movimentos causam
falta de mão de obra nas fazendas, disse a FAO em comunicado. A agência
aprovou um programa de emergência para entregar 65 mil toneladas de
alimentos a 1,3 milhão de pessoas afetadas pelo ebola, nos próximos três
meses.
Na República Democrática do Congo já são 31 os mortos por ebola,
segundo o ministro da Saúde do país, Felix Kabange Numbi. O surto na
província de Djera, causado por outra cepa do vírus ebola, é diferente
do restante da epidemia que se alastrou da Guiné à Libéria.
Na Nigéria uma terceira morte foi confirmada em Port Harcourt,
aumentando o número de infecções do país para 17, com 271 pessoas sob
vigilância, segundo as autoridades de saúde.
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