A Rede D´Or, que atualmente conta com 17 hospitais próprios no País, inaugurou nesta terça-feira (28) um Centro de Oncologia em um prédio anexo ao Hospital Quinta D´Or, situado no bairro São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro.
Novalis 6D CLassic é capaz de reduzir o tumor, matando células cancerosas, com efeitos colaterais mínimos crédito: Verena Souza
Tratamento integral é o conceito do novo investimento de R$ 30 milhões do grupo.
Em um mesmo complexo hospitalar, o paciente terá acesso ao diagnóstico, inclusive a métodos radioterápicos, técnicas em quimioterapia, hematologia e oncologia clínica. “É um sonho para qualquer oncologista trabalhar neste centro, pois o que temos aqui não existe igual em outro lugar do Brasil”, afirma Miguel Froimtchuk, médico membro da Rede Oncologistas
Associados.
Com capacidade de atendimento para 70 pacientes por dia, 30 profissionais e 700 m², os serviços de radioterapia já estão em pleno funcionamento. A previsão para o início das demais áreas é de 30 dias.
Do montante alocado, R$ 17 milhões foram destinados às obras de infraestrutura e R$ 13 milhões à compra de equipamentos. Dentre as diversas tecnologias disponíveis, a mais inovadora para o tratamento de tumores refere-se ao equipamento Novalis 6D Classic, fabricado pela multinacional Brainlab.
Trata-se de um equipamento de radioterapia guiado por imagem que permite estender o grau de precisão e eficiência já aplicada à radiocirurgia craniana para diversas outras áreas do corpo. De acordo com o radioterapeuta Felipe Erlich, a única instituição de saúde brasileira que possui o Novalis é a Beneficência Portuguesa, de São Paulo. No entanto, segundo ele, as técnicas utilizadas no centro da Rede D´Or para localizar os tumores e acompanhá-los são mais precisas.
Um sistema de gating, que controla a radiação, é uma das novidades comtempladas pelo equipamento. Alguns marcadores são implantados no paciente, onde o tumor está alojado, e o Novalis consegue reconhecer tais aparelhos, fazendo com que a radiação só seja emitida quando o nódulo estiver no campo de visão.
“É uma alternativa menos invasiva, menos tóxica e sem efeitos colaterais”, enfatiza Erlich. Segundo o radioterapeuta, em um paciente com câncer de próstata em fase aguda, por exemplo, o nível de toxicidade pode ser reduzido em até 40% por meio desse tipo de tratamento.
Outras técnicas como a Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT), Radioterapia Guiada por Imagens (IGRT), Braquiterapia e Irradiação de Elétrons também fazem parte do escopo de tratamento do centro oncológico.
“Estamos abertos para pessoas de outros estados que quiserem se tratar aqui”, ressalta André Moll, um dos diretores da Rede D´Or.
Investir em tratamentos de alta complexidade faz parte da estratégia de negócios do grupo. A crescente incidência de casos de câncer no mundo, atrelado ao envelhecimento da população, motivaram a construção do centro oncológico que, há quatro anos, estava sendo prevista.
O câncer é a 2º maior causa de morte no Brasil, ficando atrás das doenças cardiovasculares. No entanto, é a primeira causa de morte no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em 2007, a doença levou à morte cerca de 7,9 milhões de pessoas. As estimativas para 2030 são de 12 milhões.
“Infelizmente a incidência de câncer continuará a crescer. Por isso buscamos oferecer ao paciente, além da cura, maior qualidade e expectativa de vida e sobrevida maior e melhor”, diz Erlich.
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