Pela 2ª vez, oncologistas sugerem que o governo não mantenha o registro do Avastin; líder da FDA divulgará posição final
SILVER SPRING (EUA) - Um grupo de oncologistas americanos decidiu, pela segunda vez e por unanimidade, que o Avastin, o remédio contra a doença mais vendido no mundo, não deve mais ser indicado a pacientes com câncer de mama.
A decisão dos conselheiros da agência de vigilância sanitária do país, a FDA, ocorreu ontem, menos de um ano após o mesmo grupo ter chegado à mesma conclusão. A repetição do pleito se deu porque a fabricante do Avastin, a suíça Roche, apelou - o que é raro - e fez lobby na FDA e no Congresso para que a droga tivesse uma segunda chance.
A aprovação da droga para o câncer de mama era temporária, até que novos estudos definissem sua eficácia.
Os seis membros do grupo votaram que, para o câncer de mama, o Avastin não é eficaz nem seguro. Eles defendem que seu registro não seja mantido. A decisão é apenas uma recomendação e a líder da FDA, Margaret Hamburg, tomará a posição final.
O Avastin é aprovado para vários tipos de câncer e continuará disponível para câncer de mama, embora a maioria das seguradoras deve retirá-lo de cobertura se o FDA revogar sua aprovação.
Reação. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), recomendou aos oncologistas, em dezembro de 2010, que usassem o Avastin apenas para tratamento de câncer de mama metastático e em combinação com o quimioterápico paclitaxel.
A orientação foi dada após divulgação de um estudo europeu sobre o uso do Avastin em casos avançados de câncer de mama. Entre as reações severas registradas estão acidente vascular cerebral, perfurações gastrointestinais, hemorragias, trombose arterial, problemas cardiovasculares e neurológicos.
Além disso, a droga não se mostrou capaz de aumentar a sobrevida dos pacientes com câncer de mama. Mas o medicamento continua indicado para tratamento de câncer de pulmão, cólon e rins.
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