O presidente da União das Misericórdias Portuguesas defende que é altura de o Estado afastar “preconceitos ideológicos”, e apostar mais na capacidade destas instituições na área saúde, porque a prestação de cuidados fica mais barata.
“Não faz sentido pactuar com o desperdício suportado em preconceitos ideológicos como é o caso do não aproveitamento integral da nossa capacidade de resposta em termos de saúde”, sublinha Manuel Lemos, no discurso de encerramento do X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas
Segundo o dirigente, os preços que as Misericórdias praticam pelos cuidados de saúde “situam-se, em média, mais de 30 por cento abaixo dos valores praticados pela resposta pública ou das parcerias público-privadas”.
“Quando o memorando de entendimento entre o Governo, a União Europeia e o FMI se refere à necessidade de contenção da despesa e de reestruturação na prestação de serviços de saúde, vale a pena de certeza olhar para a nossa qualidade e para os nossos preços e apostar mais nas Misericórdias de Portugal”, sustenta
Nesse contexto – sublinha Manuel Lemos – as Misericórdias não tencionam solicitar ao Governo mais recursos para fazer o mesmo, mas promete serem “insistentes, em sede de relação com o Estado”, no sentido de reforçar essa complementaridade com o Estado.
“Sobretudo o que mais nos tem custado e nos preocupa é a falta de planeamento e a ligeireza das decisões que conduzem diretamente a gastos necessários, à insatisfação das populações e a uma certa ideia de impunidade que parece estar instalada”, afirma o presidente da União das Misericórdias Portuguesas.
Aludindo ao papel histórico das Misericórdias, de ajuda aos que precisam, salientou que é nas alturas de crise, como a atual, que “a missão se torna mais importante e crucial”.
“Sendo a boa vontade e o desejo de ajudar determinantes, hoje só é possível cumprir essa mesma missão se formos exigentes em sede de austeridade, rigor, competência, inovação e boas práticas”, concluiu.
O X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas, que quinta-feira começou em Coimbra, foi encerrado esta tarde, em Arganil, pelo Presidente da República.
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