Já há alguns anos, os adoçantes deixaram de ser consumidos apenas por pessoas com restrições à ingestão de açúcar e passaram a fazer parte do dia a dia de muitos. Para avaliar a utilização destes produtos, pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) consultaram 2.732 pessoas. O resultado do estudo, publicado na última edição da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, indica que 19% da população consome adoçantes e entre estes consumidores, a grande maioria é composta por idosos.
— A idade é uma característica que pode exercer influência sobre o uso de dietéticos de maneira diferente, conforme o grupo etário. Indivíduos mais jovens, geralmente, utilizam adoçantes para manutenção do peso ou simplesmente para acompanhar o hábito de familiares. À medida que a idade aumenta, a motivação para a utilização muda, sendo, então, a perda de peso e também a presença de doenças as principais razões — comentam os estudiosos no artigo publicado.
Em relação à saúde, cerca de 10% dos participantes relatou ser portador de diabetes e 36,7% eram hipertensos e, entre estes, o uso dos produtos é mais de duas vezes maior do que entre as pessoas sem estes problemas. Dados referentes ao sexo revelaram que o consumo é mais frequente entre as mulheres (22,7% ), o que poderia estar ligado ao desejo de perder peso.
— As mulheres estão cada vez mais pressionadas a fazer dieta e acabam por submeterem-se a restrições alimentares rígidas, a fim de atingir um padrão estético socialmente imposto — dizem os pesquisadores.
Outros resultados da pesquisa:
:: O consumo de adoçantes é 30% maior entre indivíduos com 12 anos ou mais de estudo;
:: 98% dos usuários relataram utilizam adoçante na forma líquida;
:: Os edulcorantes artificiais (sacarina sódica e ciclamato de sódio) são os mais utilizados — 90%;
:: Em média, a quantidade ingerida em uma porção é de seis gotas e, quando em pó, de um sachê e meio.
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