Os médicos brasileiros não concordam com a regulamentação da optometria, pois consideram o cuidado com os olhos competência da Medicina. Esta foi a posição firmada em audiência pública do Senado Federal promovida pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta quarta-feira, 13 de julho, em Brasília. O objetivo da reunião era discutir o projeto de lei (PLS 234/10), do ex-senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), que propõe a regulamentação da profissão de optometrista.
Durante a audiência, o representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), Marcos Ávila, afirmou que, diferente de alguns argumentos, há número suficiente de médicos oftalmologistas no país. Para ele, a melhoria na saúde ocular do brasileiro depende da universalização do atendimento oftalmológico por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, a oftalmologia brasileira é referência mundial, motivo pelo qual o Brasil já sediou três congressos internacionais da área.
Na opinião do presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Paulo Augusto de Arruda Mello, a evolução da Medicina não justifica a continuidade da optometria. “A criação da profissão de optometrista é um desserviço ao Brasil”. Já o representante da Associação Médica Brasileira (AMB), Elizabeto Gonçalves, disse que somente o médico possui uma visão orgânica para fazer o diagnóstico e detectar doenças que afetam o olho humano.
Debate
Diante do impasse, vários senadores se posicionaram e muitos não concordam com a regulamentação da profissão, como o senador e médico Paulo Davim (PV-RN), que considera a formação do optometrista como não suficiente para garantir qualidade no atendimento. “Não levaria meu filho a um optometrista, pois um profissional tem que ser bem qualificado”, defendeu.
O relator da matéria, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), disse que precisa discutir o assunto de maneira mais profunda com os interessados antes de apresentar um voto definitivo. Para ele, o importante não é beneficiar qualquer classe, mas garantir atendimento oftalmológico de qualidade a todos os cidadãos.
Fonte SaudeWeb
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