Brasília - O secretário de Saúde do Pará, Helio Franco, admitiu ontem (14) que um “descuido” no combate ao mosquito transmissor da malária provocou um surto da doença em municípios da região. Cinco municípios (Anajás, Cametá, Itaituba, Oeiras do Pará e Curralinho) concentram 50% dos casos de malária no estado.
“Por causa da dengue, houve um excesso de preocupação com essa doença e em alguns municípios se descuidou da malária. Com isso, nas regiões do Baixo Tocantins e do Marajó, com as pessoas transitando de um município para outro, acabou espalhando a malária. O mosquito existe em toda a região e se há alguém infectado ela é transmitida rapidamente”, avaliou o secretário.
No município de Cametá, onde foram registrados quase seis mil casos da doença de janeiro a maio, foram enviados agentes de saúde, que farão cursos de prevenção contra a malária. Para Oeiras, foram microscopistas, inspetores e agentes de saúde. Também foram enviados borrifadores para matar o mosquito transmissor.
Neste ano foram registrados 47.793 casos da doença entre janeiro e junho. No mesmo período de 2010 foram 65.985 casos. Apesar disso, o número de casos continua alto porque muitas pessoas não fazem o tratamento de maneira correta.
“Um dos problemas na área é que muita gente não toma a medicação durante sete dias, como é recomendado pelo Ministério da Saúde, e no quarto ou quinto dia, para de tomar os remédios. Com isso, a pessoa não fica curada e em dois meses fica doente de novo e diz que pegou novamente, o que não é verdade, a doença voltou”, explicou Franco.
Uma das ações que o estado vem fazendo para conter a malária e outras doenças comuns na região é um diagnóstico conjunto para quatro doenças (malária, dengue, doença de chagas e leishmaniose) em todas as pessoas que chegam aos postos de saúde com febre alta. “Todos os municípios têm que ficar preocupados com essas doenças porque elas são frequentes na Região Amazônica todo o ano”.
A malária é uma doença causada por parasitas transmitidos de uma pessoa para outra pela picada do mosquito Anófeles. Os sintomas são febre alta e dores por todo o corpo. Para evitar a doença, a Secretaria de Saúde do Pará recomenda o uso de repelentes, camisas de mangas compridas e mosquiteiro onde há casos da doença. A secretária também disse para se evitar banhos em igarapés e lagoas ou que as pessoas se exponham a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer.
As pessoas devem ainda procurar um serviço especializado caso viagem a regiões onde a transmissão da doença é alta, para tomar medicamentos antes, durante e depois da viagem. Além disso, as pessoas devem evitar tomar remédios por conta própria como aqueles para febre.
Fonte Agência Brasil
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