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sexta-feira, 15 de julho de 2011

“Procuramos as praças onde existem pagadores”, diz diretor da Rede D´Or

Com faturamento de R$ 1 bilhão em 2010, a Rede D´Or é o maior grupo hospitalar independente do Rio de Janeiro. Nos últimos anos protagonizou grandes movimentações em São Paulo como, por exemplo, a compra do São Luiz, com mais de 800 leitos, o Hospital Brasil, em Santo André, e Assunção, em São Bernardo do Campo.

O diretor executivo da Rede D´Or, Rodrigo Gavina, concedeu entrevista ao Saúde Web sobre os negócios do grupo e a busca por melhorias assistenciais.

Estratégia de negócios e gestão

SW: quais são as estratégias de crescimento da Rede D´Or em termos de abrangência e especialidade médicas.

RG: nossa maior estratégia está na qualidade assistencial. Procuramos as praças onde existem pagadores, sempre mais de um, com capacidade de arcar com custos de qualidade assistencial. Os grandes centros são ideais para parcerias e aquisições. Salvador e Brasília são exemplos de praças que temos interesse.

No entanto, algumas regiões não têm diversos pagadores. E, por isso, estamos trabalhando com um modelo de gestão em que, ao invés de comprar a instituição, fazemos a gestão dela. O retorno se dá por meio de um Fee por gestão por exemplo. Temos três hospitais sob esse modelo: São Marcos (Recife/PE), Israelita (Rio de Janeiro) e Cotefil (RJ).

SW: quanto vocês representam do mercado privado no Rio de Janeiro?

RG: No mercado de hospitais privados, não ligados a planos de saúde, nós somos os maiores.

SW: vocês são forte referência no RJ e possuem instituições também em São Paulo. Particularmente em São Paulo, qual a ambição da Rede D´Or, uma vez que o mercado é bastante pulverizado?

RG: a requalificação da nossa rede está sendo fortemente trabalhada. Buscamos acreditar internacionalmente as unidades do São Luiz para que a qualidade assistencial do Rio de Janeiro também esteja presente em São Paulo.

Além disso, existe uma carência de leitos razoável na capital e no Grande ABC. Para isso, estamos ampliando as áreas de alta complexidade do hospital, inclusive UTIs, onde temos grande expertise. A melhoria no atendimento de urgência e emergência também está sendo executada ao longo deste ano.

SW: novas aquisições em São Paulo estão em vista?

RG: Estamos estudando novas possibilidades. Sempre existem propostas para serem analisadas. De concreto – não temos nada, mas estamos abertos.

SW: Por que a escolha de Recife? E quanto ao Sul, é uma possibilidade de investimento?

RG: é um mercado de poder aquisitivo importante e pulverizado com relação a pagadores. O Sul costuma ter um pagador ou, no máximo, dois. Portanto, não é tão favorável.

Administração hospitalar

SW: Como é feita a administração dos hospitais associados da Rede D´Or, espalhados por Recife, São Paulo e Rio de Janeiro.

RG: Somos 22 hospitais, cinco em São Paulo, três em Recife e o restante no Rio de Janeiro. Eles não carregam a bandeira D´Or, pois os produtos de planos de saúde oferecidos são diferentes. Muitos atendem públicos diferentes também, mais voltados para a classe B e C.

Eles foram adquiridos ao longo dos últimos seis anos e nem todos estão totalmente posicionados como a gente deseja. Estamos trabalhando para reposicioná-los ao longo do tempo. Existe um planejamento para acreditá-los. A intenção é conseguir um nível de assistência que julgamos o melhor possível.

SW: qual a participação que o grupo tem sobre os associados?

RG: na maioria dos associados temos, pelo menos, 51% de participação. Fazemos a gestão das instituições, mas com sócios.

Segmento laboratorial

Recentemente o Fleury comprou a rede Labs D´Or. Quanto a rede ainda tem de participação no Labs e isso quer dizer que o grupo abriu mão de investir nos serviços laboratoriais?

O processo está sendo finalizado, mas vai ficar na ordem de 16% a 17% de participação. E, com isso, a gente ainda é bastante representativo para opinar. Optamos por ficar na cadeia de hospitais, que é o nosso maior talento. No entanto, trouxemos um grande nome do segmento de laboratórios para trabalhar conosco. A gestão fica por conta do Fleury, mas as nossas práticas hospitalares devem – sempre – estar alinhadas com as unidades laboratoriais.

Corpo clínica x Pesquisa e Ensino

SW: vocês compraram parte das clínicas Rede Oncologistas Associados e Oncotech Oncologia. Qual o objetivo disso e como está estruturado?

RG: com as duas clínicas e o Centro de Oncologia temos um grande grupo oncológico no Rio de Janeiro agora. Com isso, foi fundada a empresa Oncoholding, que representa, praticamente, a metade do mercado de médicos oncologistas.

A aquisição aconteceu para dar suporte à assistência oncológica no Rio de Janeiro, tendo em vista a inauguração do Centro, que fica em um prédio anexo ao hospital Quinta D´Or.

SW: A rede D´Or tem um Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. É através de parcerias com universidades que os trabalhos são feitos? Como essas parcerias se dão?

RG: todas nossas atividades estão alicerçadas no ensino e pesquisa. O instituto é a segunda entidade privada do País que mais publica em revista de grande impacto (fonte: Pubmed).

As parcerias são feitas principalmente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A gente quer fazer com universidades de São Paulo também.

*Outras parcerias do instituto são: UERJ, EMBRAPA, National Institutes of Health (EUA), Manchester University (Inglaterra), Stanford University (EUA) e CNRS (França).

Fonte SaudeWeb

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