A apneia do sono severa pode gerar deficiência cognitiva leve e demência em mulheres, relata um novo estudo.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, monitoraram 298 mulheres mental e fisicamente saudáveis, com idade média de 82, em relação à apneia do sono --episódios de interrupção ou redução da respiração durante o sono. Das 298 mulheres, 105 tinham distúrbios respiratórios do sono-- definidos como ocorrência de 15 ou mais interrupções da respiração por noite.
Em seguida, todas elas se submeteram a diversos testes de acuidade mental. O artigo foi publicado na semana retrasada na revista "The Journal of the American Medical Association".
No exame de acompanhamento, ocorrido após cinco anos, quase 45% das mulheres com apneia do sono haviam desenvolvido deficiência cognitiva leve ou demência, comparados a aproximadamente 31% de mulheres que tinham sono normal. Após ajustar as seguintes características: idade, raça, índice de massa corporal, nível educacional, fumo, diabetes, hipertensão e uso de medicamentos, os pesquisadores descobriram que as mulheres que sofriam de apneia do sono estavam 85% mais propensas a ser deficientes cognitivas ou sofrer de demência, do que as mulheres com sono normal. A duração total do sono não estava associada à deterioração mental.
Além disso, os pesquisadores acreditam que foi a hipoxia --falta de oxigênio no cérebro-- a causadora do mal e não o despertar repetido.
"A pessoa com apneia do sono provavelmente precisa de supervisão em relação a sintomas cognitivos", afirmou a doutora Kristine Yaffe, principal autora do estudo e professora de psiquiatria da Universidade da Califórnia, em São Francisco. "Alguns estudos sugerem que se a apneia do sono for tratada, a habilidade cognitiva da pessoa pode melhorar", acrescenta.
Fonte Folhaonline
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