O ferro é um nutriente essencial ao organismo, associado à produção de glóbulos vermelhos e ao transporte de oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo. Uma das consequências mais comum da deficiência deste mineral para o organismo é a anemia ferropriva.
“A anemia ferropriva é uma anemia secundária à carência de ferro. Pode ser decorrente de uma deficiência na dieta, dificuldade na absorção do nutriente pelo organismo ou perda de sangue gradual e em pouca quantidade e, por este motivo, não percebida”, explica a hematologista Alessandra Takato, do Hospital Santa Catarina.
Segundo Alessandra, a anemia ferropriva é mais comum entre as mulheres em idade fértil, mas pode acometer qualquer pessoa, principalmente aquelas que sofrem de doenças intestinais que provoquem sangramentos ou hemorroidas. “Vegetarianos de longa data também tendem a adquirir uma anemia ferropriva, a não ser que tenham uma dieta extremamente balanceada com a qual consigam aporte de ferro necessário para substituir a dieta animal, nossa maior fonte de ferro”, diz.
Além da carne vermelha e de peixes, o ferro encontrado nos ovos é mais bem aproveitado pelo organismo, mas as verduras de folhas escuras (espinafre, brócolis, couve, salsa), leguminosas (feijão, lentilhas, grão-de-bico, ervilhas) e frutas (uvas, maçãs, nozes, amêndoas, castanhas) também contêm este nutriente.
“A quantidade de ferro que absorvemos depende do nosso organismo. Primeiro é necessário um pH ácido”. É o pH ácido do estômago que promove a conversão do íon férrico (Fe+++) em íon ferroso (Fe++), aumentando a sua absorção. A vitamina C, pelo mesmo mecanismo, é um importante agente estimulante da absorção de sais de ferro.
O diagnóstico é feito com base no levantamento do histórico do paciente, avaliação clínica e dos hábitos alimentares, além de exames laboratoriais e de imagem, para investigar a origem.
Sintomas e tratamento
“Quando o sangramento é exteriorizado, o diagnóstico é mais fácil. Caso contrário, a anemia só é percebida quando tem início a sintomatologia, o que significa que os níveis de hemoglobina do sangue já estão muito baixos”, alerta. Os principais sintomas são cefaleia (dor de cabeça), sono, cansaço, palidez, desânimo, indisposição e taquicardia. “As pessoas percebem principalmente quando fazem um esforço mínimo e logo ficam ofegantes, com o coração batendo mais depressa”. Em crianças, a anemia ferropriva pode afetar o crescimento e aumentar a predisposição a infecções.
Sem tratamento, além da possível progressão da doença que está causando a perda de sangue, o principal risco é o desmaio. “A pessoa pode cair na rua e bater a cabeça, por exemplo. Esse é um risco”.
A hematologista explica que a primeira medida no tratamento é determinar e corrigir a causa da deficiência de ferro. Uma vez constatada a carência, recomenda-se uma dieta rica nesse nutriente e prescreve-se um complemento de sulfato ferroso. “A maior dúvida é se os sintomas irão desaparecer. Com o tratamento, se for apenas carência, o paciente se recupera, sim, e os sintomas vão embora. Se houver alteração no metabolismo, por exemplo, então é necessário investigar e descobrir que alteração é essa e tratar”, finaliza.
Fonte Band
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