Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Inverno pode desencadear eczema atópico em bebês e crianças

O eczema atópico, uma dermatite que é agravada pelo ar seco desta época do ano, pode ser a porta de entrada para outros quadros alérgicos. Além disso, se não cuidada adequadamente, a condição pode evoluir para infecções e levar a uma resposta indevida do sistema imunológico.
Poucos pais devem ter ouvido falar no problema, mas o eczema atópico é uma das dermatites – nome técnico usado para indicar doenças de pele de forma geral – mais comuns em bebês e crianças. Cerca de 15% da população infantil brasileira sofre com a condição.

As descamações da pele, vermelhidão pontual, coceira constante e machucados (provocados pela dermatite ou pelo impulso natural de coçar) são as características mais comuns. A condição pode ser herdada dos pais e o desencadeamento dos sintomas é influenciado por fatores ambientais e psicológicos, como o estresse.

“O eczema atópico piora muito com a baixa umidade do ar e atinge especialmente as dobras do corpo e a face do bebê, áreas naturalmente mais secas da pele”, explica Leonardo Abrucio Neto, infectologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. “Soma-se a isso o aumento da concentração da poluição, por conta das inversões térmicas, que além de contribuir para o ar mais seco pode irritar a pele da criança.”
Além de todo o desconforto, a dermatite atópica, como também é conhecida, é o estopim para o aparecimento de outras alergias. Abrucio indica que há uma relação entre o eczema atópico e o desencadeamento de outras condições alérgicas, principalmente a rinite e a asma.

Metade das crianças com eczema atópico pode desenvolver asma ou rinite
Um estudo amplo feito na Alemanha, intitulado Multicenter Atopy Study (MAS-90, feito em conjunto por várias universidades), analisou mais de 1.300 crianças durante um período de sete anos. Cerca de 40% das crianças foram classificadas como pertencentes ao grupo de alto risco para desenvolverem doenças alérgicas. Esse grupo, de acordo com os autores, é formado por crianças que tenham pelo menos dois familiares próximos com problemas atópicos.

Os resultados apontaram que a sensibilização alérgica – desenvolvimento de rinite ou asma – ocorreu até os 5 anos em 69% das crianças com eczema atópico, contra 77% no grupo de alto risco. O estudo mostrou ainda que 50% das crianças com até 5 anos de idade que desenvolveram dermatite atópica quando bebês e pertenciam ao grupo de alto risco, tiveram problemas de respiração ou asma ao longo dos anos.

Evitar que a condição se desenvolva
Abrucio aponta alguns cuidados que precisam ser tomados, especialmente no inverno, para que esse tipo de problema não se desenvolva – ou que seja pelo menos amenizado. “Os banhos devem ser rápidos, evitando a água muito quente – adequando o ambiente com um aquecedor, para maior conforto das crianças –, evitando buchas muito ásperas e com sabonete de pH neutro”, explica o especialista.

E é possível ampliar esses cuidados, deixando de lado o uso do sabão em pó normal e substituindo-o por sabão de coco em pó. O uso de alvejantes e amaciantes também deve ser evitado, aponta Abrucio. “No ambiente onde a criança convive é interessante evitar o uso de inseticidas ou de desinfetantes muito fortes”, completa.

Outra coisa apontada pelo médico é a atenção quanto à hidratação adequada das crianças e dar prioridade ao uso de roupas feitas de tecidos naturais. “As fibras sintéticas irritam a pele e não absorvem o suor, o que pode levar ao desenvolvimento de outras dermatites de origem fúngica, como a frieira, por exemplo”, lembra Abrucio.

Complicações
Apesar de não ser tratado com uma doença de alto risco, o eczema atópico pode desencadear problemas sérios. “A coceira constante pode levar micro-organismos para dentro do corpo da criança, o que pode se traduzir em uma resposta imunológica. Se essa resposta for muito intensa, é possível o desenvolvimento de condições como a febre reumática – que atinge o coração – ou a glomeronefrite, que compromete a saúde dos rins”, alerta o infectologista.

Abrucio Neto lembra ainda que o eczema atópico não tem cura, e o ideal é fazer um acompanhamento médico, que vai indicar alguns medicamentos para controlar e aliviar os sintomas e focar nos métodos de prevenção para prevenir que a dermatite se instale.

Fonte Band

Nenhum comentário:

Postar um comentário