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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Doença de Alexandre Pires é mais comum em atletas e negros

Cardiologista explica: excesso de exercícios, genética e uso de drogas são as principais causas da rabdomiólise

A doença que levou o cantor Alexandre Pires ao Hospital de Uberlândia (Minas Gerais) nesta terça-feira (23) é mais comum em atletas - tanto profissionais quanto amadores -, que fazem exercício em excesso sem a preparação adequada, explica Nabil Ghorayeb, um dos principais cardiologistas do País e médico do esporte do Hospital do Coração de São Paulo (Hcor).

“A chamada rabdomiólise ocorre quando há destruição dos músculos dos braços, pernas e abdome, principalmente”, completa.

“A musculatura pode sofrer necrose quando as atividades físicas de longa duração são praticadas sem a hidratação adequada ou em dias muito quentes. Já tivemos vítimas em maratonas do Rio de Janeiro, em Londres e também em praticantes de triatlo (modalidade que reúne natação, bicicleta e corrida).”

Segundo o cardiologista, são mais suscetíveis a este problema – que dependendo da quantidade de músculos lesados pode matar em até 24 horas – as pessoas negras, grupo étnico mais vulnerável à chamada anemia falciforme e ao traço falciforme. Estas são condições genéticas presentes em 50 mil brasileiros, quando há má formação das células sanguíneas, o que dificulta a circulação e pode provocar tromboses e necroses.

“A complicação mais grave da rabdomiálise é a falência renal. Quando os músculos são destruídos eles liberam substâncias que intoxicam os rins. O sintoma mais comum é a dor. O quadro pode ser reversível, mas também é letal quando o comprometimento do órgão chega a estágios avançados.”

A gravidade da rabdomiálise fez o Exército brasileiro lançar, no final do ano passado, uma campanha de conscientização entre os recrutas. Materiais foram preparados com o foco, em especial, na hidratação.

O médico Nabil Gorayeb acrescenta ainda que o uso de medicamentos como antibióticos e estatinas (usados contra o colesterol) também podem desencadear a destruição muscular, “mais um alerta sobre os perigos da automedicação”. “Recentemente, pesquisas internacionais também mostraram que o uso de drogas ilícitas, como heroína e cocaína, estão associadas à rabdomiólise.”

Fonte IG

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