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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SP cria 1º laser nacional para tratar varizes

São Paulo acaba de criar a primeira tecnologia nacional de tratamento a laser contra as varizes, problema que atinge cerca de um terço dos brasileiros e tem um importante potencial incapacitante, podendo levar à perda de mobilidade nas pernas. Até então, a única alternativa era usar equipamentos importados, que tornam o tratamento quatro vezes mais caro.

A iniciativa paulista, uma parceria entre pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), câmpus São Carlos, e Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu, resultou em uma máquina com custo de R$ 25 mil – ante os R$ 100 mil empregados no equipamento importado.

Diretor científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBAVC), o médico Walter Castelli diz que as varizes atingem até 30% dos brasileiros. “Mas se contarmos as microvarizes, chamadas popularmente de ‘vasinhos’, o problema é ainda mais comum, atingindo de 50% a 70% da população”, explica.

A tecnologia nacional desenvolvida pelos paulistas já foi testada em 15 pacientes do Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu. De acordo com o cirurgião vascular Winston Bonetti Yoshida, professor da Faculdade de Medicina da Unesp, o HC nunca tinha adquirido uma máquina de laser contra varizes por causa de seu alto custo. “Então pensei que seria possível fabricar um aparelho nacional, para beneficiar não só a nossa instituição, como as outras”, diz.

Yoshida propôs a parceria com o Instituto de Física da USP de São Carlos, que desenvolveu o equipamento em menos de um ano. Agora, a partir desses 15 primeiros pacientes, será feito um estudo para verificar se o resultado da técnica é semelhante àquele obtido com os equipamentos importados. Depois disso, a ideia é produzir e comercializar novas máquinas.

O tratamento a laser contra varizes é feito de modo endovascular. Com o paciente anestesiado, uma fibra ótica é introduzida dentro da veia doente e conduz o laser. Em contato com a hemoglobina, é gerada uma energia térmica localizada na parede interna da veia. Dessa maneira, a veia é cauterizada de dentro para fora, transformando-se em um cordão fibroso.

O laser é uma das opções contra as varizes. “Veio para complementar a cirurgia convencional, com a finalidade de fazer com que o paciente retorne às atividades antes de duas ou três semanas”, diz Castelli. Com o laser, em geral, a recuperação ocorre em até uma semana.

O especialista explica que a técnica não é indicada para tratar veias com mais de 1,2 cm de diâmetro e que uma desvantagem é o risco de queimaduras superficiais. A escolha do melhor tratamento depende do perfil clínico do paciente.
Para o cirurgião vascular Nelson Wolosker, professor da Faculdade de Medicina da USP, o uso de laser ainda é restrito e indicado aos que não podem se submeter à cirurgia convencional. “Essa cirurgia vem sendo praticada há 80 anos e traz ótimo resultado estético”, diz.

Fonte Estadão

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