Hospital, gerido pela Pró-Saúde, chegou a uma produtividade de 80%
“Estado de calamidade pública”. É assim que o diretor executivo da Pró – Saúde, Paulo Câmara, lembra da situação do Hospital Luiz Camargo da Fonseca e Silva, localizado em Cubatão, na região da Baixada Santista (SP). Mas tal circunstância não é exceção no dia a dia da Pró-Saúde, associação beneficente especializada na gestão de estabelecimento de saúde públicos, que administra 52 hospitais brasileiros.
Com unidades de diferentes perfis espalhados de norte a sul do Brasil, a Pró – Saúde atua em parceria com o governo local, em entidades onde a gestão pública é problemática e se mostra ineficiente. E esse foi o caso do Hospital Luiz Camargo da Fonseca e Silva, que estava praticamente arruinado quando assumido em 2003 pela entidade.
“Ele tinha muitos problemas. Estava falido, deteriorado, tinha pouco movimento e não chegava a 50% de ocupação. Uma das coisas que me chamou a atenção foi o consumo de água do hospital, que era um absurdo. Conseguimos reduzi-lo em mais de 50% e, hoje, a ocupação está de 40% a 50% maior”, relembra Câmara.
A retomada da gestão deu adeus aos leitos vazios e, atualmente, a produtividade é de 80%- número considerado “ideal” por consultores de saúde quando se trata de ocupação hospitalar. Classificado como hospital geral, a entidade tem 150 leitos e é a única referência em alta complexidae da cidade de Cubatão atendendo a população local e municípios vizinhos. Cerca de 90% dos atendimentos são oriundos do SUS, o restante é da saúde suplementar.
Dentro do orçamento anual de R$ 56 milhões, a entidade tem metas qualitativas e quantitativas para serem cumpridas. “Existe um corpo técnico da Pró- Saúde que implementa controle de faturamento, estoque, enfermagem e processos, entre outros. Implantamos isso no hospital e tentamos melhorar a qualidade da prestação de serviço e agilidade do atendimento”, afirma Câmara.
O recurso vindo do SUS e complementado pela Prefeitura de Cubatão é aplicado durante o ano e precisa ser cumprido rigorosamente, com riscos de a própria associação arcar com o déficit. Mas há renovação anual de contrato, em que o aumento de produção pode ser renegociado. “Se está aumentando a produção como o número de partos, por exemplo, e provamos estatisticamente isso, podemos negociar para o ano seguinte”, diz o executivo.
Caseiro e eficiente
Se é possível apontar uma vantagem na administração de 52 entidades tão diferentes, ela está no setor de compras. A Pró-Saúde tem a facilidade de negociar preços e cerca de 70% das operações de todos os hospitais são realizadas via central de compras, com economia de até 25% nos suprimentos.
Essa integração também é visível na área de tecnologia. Com gestão das entidades avaliadas por diferentes métricas e prestação de contas para os governos locais, a Pró – Saúde não poderia deixar de lado os sistemas de gestão para integrar essas informações. Mesmo com o auxílio de empresas de tecnologia terceirizadas em algumas áreas dos hospitais coletando informações, o sistema de gestão financeira e contábil é desenvolvido pela associação.
Na central, localizada em São Paulo, chegam informações via web de todos os números das entidades geridas, 24 horas por dia e a integração ocorre com o sistema contábil, financeiro e de compras. “A controladoria atualiza as informações dia a dia. Há um alerta antes do fim do mês, para sabermos se o hospital tem a tendência de gastar mais do que o previsto no mês. A partir daí, verificamos o que está ocorrendo na instituição”, conta Câmara.
Fonte SaudeWeb
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