Câncer de esôfago é o que mais provoca mortes
O Rio Grande do Sul é o estado que mais concentra casos de câncer do aparelho digestivo, com 10% da incidência nacional. Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), dos 6.080 casos estimados em 2010, 3.130 são de tumores de cólon e reto; 1.490 de estômago e 1.460 de neoplasias no esôfago, sendo este último o que mais provoca mortes.
— A maioria dos pacientes com câncer no esôfago morre dentro de um ano, enquanto nos demais tipos, a sobrevida pode ser de cinco a oito anos— diz o médico endoscopista, Júlio Pereira Lima, presidente regional da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED-RS).
De acordo com o especialista, mesmo com incidência maior, a mortalidade de outros cânceres, como de pulmão e próstata, é menor devido à manifestação mais aparente dos sintomas. O câncer no esôfago é de difícil identificação, pois é praticamente assintomático — quando a pessoa percebe os sinais, quase sempre a doença já está em estágio avançado, conforme explica o médico. Lima destaca que a única forma de diagnóstico precoce para tumores no esôfago é por meio de endoscopia.
— No Rio Grande do Sul, homens com mais de 50 anos, fumantes e que tomam mate deveriam incluir endoscopia em seus exames de rotina, como já ocorre em países como França e Japão — observa Lima.
A incidência de câncer no esôfago é quatro vezes maior em homens do que em mulheres. A doença costuma se manifestar após os 60 anos, segundo o especialista.
Doenças simples, como azia, gastrite e refluxo, podem evoluir para um câncer se não forem devidamente tratadas. Segundo Lima, uma pesquisa feita na Santa Casa de Porto Alegre identificou que 13% dos porto-alegrenses têm refluxo, e cerca de 20% dos casos de refluxo evoluem para um câncer de esôfago.
Fonte Zero Hora
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