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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Médicos abandonam hospital sob intervenção

Após denúncias de fraudes no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, cerca de 50 saíram

Pelo menos 50 médicos pediram demissão do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) após denúncias de fraudes em plantões e licitações que resultaram na prisão de 12 pessoas em junho deste ano. O hospital, que está sob intervenção do Estado, atende 3 mil pacientes por dia.

As demissões em massa representam 13% do corpo médico e prejudicam até o atendimento de emergência. Anteontem, quatro pessoas feridas em um acidente não foram atendidas, pois não havia equipe médica de plantão. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que transportava as vítimas, registrou boletim de ocorrência no plantão da Polícia Civil.

O diretor do CHS, Luis Cláudio de Azevedo Silva, disse que a falta de médico decorreu de erro na escala de plantão, mas os pacientes acabaram sendo atendidos - dois foram transferidos para hospitais particulares.

O presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba e Região, Antonio Sérgio Ismael, disse ter denunciado a falta de médicos ao Conselho Municipal de Saúde. “Existem falhas na escala de plantões porque não há profissionais suficientes para garantir o serviço todos os dias.” Segundo ele, os médicos do Estado ganham piso de R$ 1,8 mil por 20 horas semanais, podendo chegar a R$ 2,5 mil com os auxílios. O salário é menor que o dos médicos do município.

Segundo Ismael, outros hospitais da região sofrem com a falta de médicos. Ele avalia que as demissões não são causadas apenas pelos baixos salários, mas também pelas prisões durante a Operação Hipócrates. “Tudo o que aconteceu desmoralizou o hospital e houve até casos de insultos a médicos que não tiveram nada a ver com o problema.” A precariedade dos prédios do conjunto e a falta de materiais também afetam os serviços.

De acordo com Silva, o governo estadual anunciou investimento de R$ 72 milhões na reforma e ampliação do hospital. As obras estão em processo de licitação. Ele reconheceu que há defasagem de salário entre o setor público e o privado, mas disse que as demissões decorreram também das mudanças introduzidas na gestão após a intervenção, como controle mais rigoroso da carga horária.

Fonte Estadão

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