O encontro teve o objetivo de debater os critérios que definem o que é área de atuação e o que é especialidade médica no país. Para o presidente do Cremesp, falta no País um plano de carreira médica
Cerca de 200 representantes de entidades médicas, de escolas de Medicina e de órgãos do Governo participaram, em São Paulo, do III Fórum Nacional de Especialidades Médicas. O encontro realizado no último sábado (14) aconteceu com o objetivo de estimular o debate sobre os critérios que definem o que é área de atuação e o que é especialidade médica no país. O grupo também avaliou os impactos dessa fragmentação do conhecimento na profissão médica e no atendimento à população.
Logo na abertura, foi realizada conferência pelo professor Fábio Jatene que tratou dos “Conceitos de Especialidade Médica e Área de Atuação”. Ele ocupou o cargo de diretor científico da AMB durante duas gestões, de 1999 a 2005, e acompanhou o processo de unificação das especialidades médicas. Além disso, participou ativamente da elaboração da Resolução 1634/2002, que ainda normatiza o tema.
A segunda conferência foi ministrada por Mário Scheffer, assessor do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Ele apresentou os dados coletados pela pesquisa “Demografia Médica no Brasil”, coordenado por ele a pedido do Cremesp e do Conselho Federal de Medicina (CFM). O estudo cruzou os bancos de dados da AMB, CFM e da Comissão Nacional de Residência Médica com dados da Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária do IBGE e chegou a conclusões importantes para a Medicina brasileira.
“O que precisa ficar claro é que dificuldade de contratação de médicos não significa falta de médicos. Significa falta de plano de carreira, falta de estrutura. A distribuição irregular se dá pelas leis do mercado e pela oferta de renda e não é possível dizer que seja preciso formar mais médicos para solucionar. É preciso política pública de saúde”, concluiu Renato Azevedo, presidente do Cremesp.
O III Fórum prosseguiu com a divisão dos participantes em quatro grupos de trabalho. Cada um se dedicou a analise e a apresentação de propostas para resolver problemas em diferentes áreas. Os temas analisados foram: impacto de reconhecimento das especialidades médicas na formação médica, na profissão, na assistência à Saúde e para a sociedade em geral; parâmetros que definem Especialidade Médica e Área de Atuação. Revisão do conceito e proposições; parametros que definem a formação do especialista no Brasil. Revisão do conceito e proposições; e a necessidade de especialistas no Brasil.
Para o 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital, foi um momento importante para a classe médica que deve ser desdobrado em outras reuniões para garantir a qualidade dos debates. Outras dois encontros devem acontecer nos próximos meses para que as propostas de aperfeiçoamento sejam aprofundadas. Em jogo, lembra a liderança do CFM, estão medidas que podem causar impacto real na melhora da assistência e no exercício da atividade médica.
Fonte SaudeWeb
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