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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Revista médica apoia omissão do sexo do feto para evitar abortos de meninas

Segundo texto, problema na América do Norte é causado por imigrantes asiáticos, onde o aborto de fetos femininos é elevado

A revista da Associação Médica do Canadá considera que os médicos não deveriam revelar o sexo do feto até as 30 semanas de gravidez para evitar o aborto de meninas.

A revista, na página editorial de sua última edição, indica que o problema de aborto de meninas na América do Norte é causado por imigrantes asiáticos (principalmente da Índia e China, onde o aborto de fetos femininos é elevado).

Para a publicação, o número de abortos de meninas é suficientemente significativo para "distorcer a proporção entre homens e mulheres em alguns grupos étnicos".

O Canadá, segundo a revista, se transformou em "um paraíso" para os pais que desejam abortar os fetos femininos, tendo em vista sua preferência por filhos do sexo masculino.

Os dados do artigo indicam que a taxa natural de nascimentos entre homens e mulheres é de 1,05, ou seja, para cada 100 meninas, nascem 105 meninos.

A revista indica que a taxa de nascimentos de homens no primeiro bebê nascido de casais de imigrantes asiáticos que residem no Canadá é apenas ligeiramente superior a esse número: 1,08. Mas a revista destaca que o número é alarmante quando os primeiros filhos de uma família asiática são meninas.

Neste caso, a taxa do terceiro nascimento em famílias de imigrantes da China, Coreia e Vietnã que já têm duas filhas é de 1,39. Entre os imigrantes indianos, o número dispara a 1,90, ou seja, quase duas crianças para cada menina nascida.

O editorial ressalta que uma variedade de fatores, inclusive o fácil acesso tanto a abortos como a serviços de determinação de sexo, assim como o profundo respeito pela diversidade do Canadá, permitiu que os abortos seletivos conforme o sexo disparassem no Canadá. Nos Estados Unidos, esta tendência também foi detectada.

Para a revista, o sexo do feto é informação medicamente irrelevante e, exceto em relação a incomuns doenças relacionadas ao sexo, não afeta o cuidado. "Tal informação poderia, em alguns casos, facilitar o feticídio feminino", complementa.

Fonte Estadão

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