Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica esclarece dúvidas mais comuns de procedimento que está se tornando a prática mais difundida no Brasil e no mundo
A cirurgia bariátrica e metabólica (popularmente chamada de redução de estômago) é reconhecida hoje como um método seguro e eficaz para auxiliar a perda de peso em obesos mórbidos. O aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas, a certificação de médicos especialistas e o credenciamento de hospitais como centros de excelência em cirurgia bariátrica e metabólica estão tornando a prática mais difundida no Brasil e no mundo.
Além disso, trata-se de um procedimento cada vez mais acessível para a população, principalmente a partir de 2012, quando o método menos invasivo, a videolaparoscopia passou a ser coberto integralmente pelos planos de saúde, conforme determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Contudo, muitas dúvidas pairam sobre a mente dos pacientes que têm indicação para o procedimento. Para esclarecê-las, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica elaborou uma lista com os mitos e verdades mais ouvidos nos consultórios.
1. “Quem faz a cirurgia bariátrica fica propenso a alcoolismo, uso de drogas ou comportamento compulsivo para compras.”
Mito.
Não existe nenhuma evidência científica de que, no pós-operatório, o paciente tenda ao alcoolismo ou ao uso de drogas. Quanto à compulsão por compras, o histórico mostra que, ao perder peso, o paciente resgata a autoestima e passa a ter prazer em adquirir roupas e outros produtos de uso pessoal. Pode-se prevenir que esse comportamento se torne compulsivo por meio do acompanhamento psicológico.
2. “Perde-se a mais peso nos primeiros seis meses depois da cirurgia.”
Verdade.
A perda mais significativa de peso ocorre nos primeiros seis meses. Daí a importância de o paciente ser disciplinado quanto às recomendações médicas nessa primeira etapa do pós-operatório.
3. “Depois de uns anos, o paciente volta a engordar.”
Mito.
Na maioria dos casos, o ganho de peso ocorre quando o paciente não assume hábitos saudáveis. Adotando uma dieta menos calórica e mais nutritiva e praticando exercícios físicos com regularidade, o paciente consegue evitar o reganho de peso.
4. “Sempre é possível fazer a cirurgia por videolaparoscopia.”
Verdade.
A cirurgia bariátrica por videolaparoscopia é mais rápida, mais segura e permite que o paciente tenha alta do hospital e retorne a suas atividades mais rapidamente. Somente em algumas situações especiais não é possível realizar a cirurgia pela via de acesso menos invasiva, como em pessoas que foram submetidas a cirurgias abdominais prévias.
5. “A mulher que fez cirurgia bariátrica não pode engravidar.”
Mito.
Após 15 meses de resguardo pós-operatório, a paciente é liberada para engravidar sem riscos. Durante esse período, em que é proibido o uso de remédios anticoncepcionais, é prudente o uso de preservativos.
6. “A depressão é uma consequência comum para quem faz a cirurgia.”
Mito.
Não existe uma tendência. Se o paciente ficar deprimido, isso pode se dever a outros fatores que precisam ser investigados por psicólogo ou psiquiatra.
7. “Há tendência à anemia no pós-operatório.”
Verdade.
De fato, o paciente tende à anemia, sobretudo a mulher em função da menstruação, da perda de ferro e da pouca presença de carne vermelha na dieta. O quadro de anemia pode ser revertido com a reintrodução da dieta sólida, que permite a ingestão de alimentos ricos em ferro ou, se necessário, com a utilização de suplementos vitamínicos.
8. “Depois da operação, é comum a intolerância a leite.”
Mito.
Não há reações adversas ao consumo de leite e derivados, que, ao contrário, são recomendados como fonte de cálcio, sobretudo para as mulheres.
9. “O paciente sente muitas dores no primeiro mês do pós-operatório.”
Mito.
Normalmente, as dores se manifestam somente no primeiro dia, por ser necessário inflar o abdômen com gás carbônico para possibilitar a melhor manipulação dos órgãos internos por videolaparoscopia.
10. “O paciente pode ser operado mesmo que sofra de gastrite.”
Verdade.
Não há restrição médica ao paciente que tem gastrite.
11. “Depois da cirurgia bariátrica, o paciente deve fazer cirurgia plástica corretiva.”
Mito.
Nem sempre é necessário fazer cirurgia plástica reparadora após o procedimento bariátrico. Cada caso deve ser avaliado criteriosamente pela equipe multidisciplinar responsável pelo tratamento.
12. “O apoio da família e à família é indispensável.”
Verdade.
Por meio da máxima informação possível e, se, preciso, de consulta psicológica, deve-se dar toda a assistência e orientação à família do paciente. Os novos hábitos a serem adotados pelo paciente devem ser compartilhados e estimulados por todos com quem ele convive.
Informações para a Imprensa: Ketchum
Fonte SaudeWeb
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