A malária mata mais de 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo anualmente, quase o dobro do que se pensava anteriormente.
Os dados, publicados nesta sexta-feira na revista médica "The Lancet", questiona contagens anteriores da doença que é transmitida por um mosquito.
Estudos do passado subestimaram as mortes porque assumiram erroneamente que a malária matava basicamente bebês e concentraram as pesquisas em crianças com menos de cinco anos, explica o Instituto para Avaliação e Métrica da Saúde (IHME na sigla em inglês), dos Estados Unidos, responsável pelo número atual.
Segundo o instituto, 42% das mortes são de crianças com idade acima dos cinco anos e adultos.
O número mais elevado de vítimas indica a necessidade de se aumentar os investimentos aplicados no combate da malária.
"Você aprende na faculdade de Medicina que as pessoas expostas à malária na infância desenvolvem imunidade e raramente morrem de malária quando adultos", disse Christopher Murray, que liderou o estudo como diretor do IHME. "Descobrimos em registros hospitalares, em certidões de óbito, em pesquisas e em outras fontes que esse não é o caso."
Para o trabalho, um banco de registros mapeou a malária entre 1980 e 2020. Nesse período, mais de 78 mil crianças entre 5 e 14 anos e mais de 445 mil pessoas com 15 anos ou mais morreram de malária em 2010.
Isso significa que mais do que quatro em 10 entre todas as mortes por malária foram de pessoas com mais de cinco anos.
No total, o número de mortes por malária no mundo subiu de 995 mil em 1980 para chegar a um pico de 1,8 milhão em 2004, e depois cair de novo para 1,2 milhão em 2010.
O mais recente relatório global da OMS (Organização Mundial da Saúde) dizia que o número estimado de mortes por malária havia caído para 655 mil em 2010, quase a metade do número do estudo do IHME.
A malária é endêmica em mais de cem países no mundo, mas pode ser prevenida pelo uso de redes de proteção nas camas e pulverizações em áreas internas para afastar o mosquito que transmite a doença.
Fonte Folhaonline
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