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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Internação por câncer de mama em jovens cresce 10% no País


Aumento em dois anos foi puxado pelo Sudeste. Especialista diz que mundo pede “força-tarefa” para tratar tumor precoce

As estatísticas de câncer de mama em mulheres com menos de 35 anos estão em ascensão.

Levantamento feito pelo Delas no banco de dados do Ministério da Saúde mostra que, em dois anos, as internações por causa deste tipo de tumor maligno aumentaram 9,8% na faixa-etária entre 24 e 34 anos. Em 2008, foram 2.239 casos; em 2010 2.448 registros.

O balanço anual de 2011 ainda não está completo. Entre janeiro e a metade de novembro foram 2.186 notificações feitas por hospitais públicos e privados do Brasil, uma média de 6 casos por dia.

A região Sudeste foi responsável por puxar a alta nacional de câncer de mama em jovens, com aumento de 26,9% casos no período (924 para 1.173). Minas Gerais (280 casos), São Paulo (533), Rio de Janeiro (317) e Espírito Santo (43) acumulam 48% de todos os registros dos Estados.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) escolheu este sábado, 4 de fevereiro – Dia Mundial do Câncer - para fazer um “twittaço” de conscientizaçao sobre este grave problema de saúde.

Para as mulheres, os tumores na mama são os mais incidentes e alguns cuidados, se adotados desde cedo, podem prevenir a manifestação da doença.

Força-tarefa
Um dos maiores especialistas brasileiros em câncer de mama, o oncologista Antônio Buzaid, afirmou que nos congressos nacionais e internacionais – eles reúnem experts e pesquisadores da área – o aparecimento do câncer em idades as fases precoces (antes dos 50) é um dos principais temas em debate atualmente.

“Tanto, que está sendo solicitada uma força-tarefa para identificar quais fatores estão levando ao aumento da incidência tão cedo. Ainda não está muito claro o que estamos fazendo de errado”, afirma.

A doença sempre foi associada ao processo natural do envelhecimento – em parceria com os hábitos de vida – e o aumento em jovens alertou toda comunidade científica.

Apesar dos motivos ainda não estarem completamente claros sobre o aumento de casos em jovens do sexo feminino, o oncologista Buzaid – que atua nas redes públicas e particulares de saúde – consegue elencar a que acredita ser a principal razão por trás da guinada de câncer de mama em mulheres jovens.

“As pessoas hoje não descem do carro nem para comprar hambúrguer. Estão inseridas em ambientes de estresse, fumo, sedentarismo e obesidade. As porções nas lanchonetes, de forma desnecessária, são extremamente grandes”, pontua como causas Antônio Buzaid.

“Estes nossos hábitos estão criando um problema para o qual ainda não temos solução.”

Mamografia?
Um dos motivos de preocupação entre os especialistas é: enquanto as estatísticas detectam esta ampliação de casos de câncer de mama em jovens adultas, a medicina ainda não sabe ao certo como fazer a prevenção da doença nelas.

Isso porque, a mamografia, exame mais eficaz para identificar o tumor em uma fase precoce, quando as chances de cura são maiores, não parece ser a melhor opção para detectar a doença em mulheres jovens.

“As mulheres com menos de 50 anos têm as mamas muito densas, o que dificulta a precisão do exame”, explica o oncologista.

“Por isso, embora haja tendência de aumento entre as mais novas, permanece a recomendação universal de fazer o exame anualmente apenas em quem já passou dos 50 de idade (caso não tenham antecedentes na família, já que nestes casos a média de idade cai para 45 anos)”.

O ultrassom mamário, diz o médico, desponta como provável alternativa para fazer o controle preventivo dos tumores nas mamas de mulheres jovens, mas ainda não há consenso e nem comprovação científica de que ele seja suficiente.

Outro problema é que quando acomete mulheres jovens, o tumor costuma ter um comportamento mais agressivo, com taxa de letalidade maior, o que exigira uma detecção ainda mais precoce.

Estratégias
Mesmo diante do aumento do câncer entre jovens, boas notícias surgem neste contexto: as farmacêuticas estão empenhadas em aumentar o arsenal de combate à doença e já oferecem tratamentos mais assertivos para as pacientes.

Nos últimos congressos, três novas drogas para o tratamento do câncer de mama foram eleitas como importantes avanços na terapêutica do câncer de mama. Uma delas, chamada TDM-1, droga aliada à quimioterapia, teve eficácia 41% maior, quando avaliada a sobrevida das mulheres já com metástase (estágio mais grave do câncer de mama).

A outra, chamada pertuzumabe, também teve resultados muito positivos com relação à redução da mortalidade das pacientes – redução de 38%. Outro foco das descobertas são as drogas mais inteligentes, que reduzem efeitos colaterais do tratamento, como queda de cabelo e enjôo.

Nenhum destes novos remédios está disponível no mercado brasileiro, mas a projeção é de que até o final do próximo ano os centros especializados já contem com elas.

Por ora, a recomendação médica mais segura e universal para tentar fugir da rota do câncer de mama é ficar distante do fumo, ter alimentação regrada e evitar inatividade física e bebidas alcoólicas em excesso, vilões já consolidados como gatilhos da maior parte dos tumores malignos.

Fonte Delas

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