Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Portugal: Doentes pagam a prestações


Adriana Augusta precisa de viajar para Lisboa a cada três meses

A suspensão dos transportes não urgentes está a penalizar muitos doentes, na maioria idosos, das zonas mais isoladas, que são obrigados a percorrer grandes distâncias para terem consulta.

No concelho de Odemira, multiplicam-se os casos de pacientes que abandonam os tratamentos por falta de dinheiro e de idosos que são obrigados a pagar o transporte em prestações.

É o caso de Adriana Augusta, doente oncológica, de 79 anos. É obrigada a ir a Lisboa, ao IPO, de três em três meses. Recebe uma reforma de 274 euros. Ir aos tratamentos no transporte da Junta de Sabóia (Odemira), onde reside, custa-lhe 211 euros, que, face aos parcos rendimentos, está a pagar em prestações de 20 euros. "Com o que ganho, e depois de pagar as despesas, não sobra nada ao fim do mês. Esta é a única maneira. Da próxima vez vou de autocarro, porque os 20 euros já me fazem falta para a mercearia, onde também não posso ficar a dever", disse.

"Um serviço para Lisboa chega aos 200 € e isso é o valor de muitas reformas", explica Manuel José, presidente da Junta de Sabóia, que "não pode perdoar a dívida", mas "fecha os olhos" a muitas situações e permite que "as pessoas dêem 20€ por mês".

Arnaldina Dâmaso, 58 anos, fez uma mastectomia total em 2004, e sempre que o braço incha, necessita de recorrer à fisioterapia para acalmar as dores. A viver em Azenha do Mar, São Teotónio, Arnaldina tem de se deslocar até ao Hospital do Litoral Alentejano, a mais de 80 km. Acabou por interromper os tratamentos por falta de dinheiro.

"Cada vez que lá ia enchia o depósito com 100€ até que abandonei. Para me tratar, tenho de economizar o que não consigo porque a reforma é baixa. Nem comia para fazer os tratamentos", conta.

Fonte Correio da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário