Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Roche evita genéricos

Farmacêutica quer avançar em transferência de tecnologia de importantes medicamentos no Brasil e disse que o país pode ser importante base de exportação de remédios para vários países

A suíça Roche está em busca de medicamentos para tratamentos mais complexos e não pretende se render ao movimento dos genéricos. Considerando um cenário global de muitos laboratórios com poucos produtos de inovação em desenvolvimento e patentes de importantes remédios expirando, a farmacêutica suíça manterá seu foco em tratamentos personalizado e medicamentos biológicos. As informações são do jornal Valor Econômico.

De acordo com a publicação, o Brasil é o quinto principal mercado para a empresa em âmbito global, junto com países como China e Rússia. Segundo o presidente global da Roche, Severin Schwan. O Brasil pode ser interessante em desenvolvimento de produtos. E acredita a empresa possa contribuir com isso.

A Roche está em contato com o governo brasileiro para discutir trasnferência de tecnologia. Segundo o jornal, as conversas para transferência de tecnologia estão em andamento para algumas áreas, sobretudo de oncologia. Mas, de concreto, Schwan citou o medicamento Cellcept, indicado para evitar rejeição em pacientes que fazem transplantes renais. Schwan observou, contudo, que há trâmites burocráticos que precisam ser vencidos.

O crescimento da economia dos emergentes e a queda da receita das grandes multinacionais farmacêuticas em importantes mercados, como Estados Unidos e Europa, leva as grandes companhias a olhar mais atentamente países antes marginalizados por grande parte das farmacêuticas globais.

O Brasil virou o alvo preferido de multinacionais para a exploração dos segmentos de medicamentos genéricos e OTC (produtos com forte apelo de marca vendidos atrás do balcão). A Roche vai na contramão. A empresa vendeu em 2004 sua divisão de OTC, com produtos como Redoxon, para a alemã Bayer. Schwan disse ao jornal que quer avançar em transferência de tecnologia de importantes medicamentos no Brasil e disse que o país pode ser importante base de exportação de remédios para vários países, não somente da América Latina. E afirma que no futuro, é possível fazer a transferência de tecnologia para medicamentos biológicos.

A companhia já tem antigos laços de parceria com o governo brasileiro. No caso da doença de Chagas, a Roche fechou acordo de transferência com a Farmanguinhos. A decisão da Roche de focar em inovação para tratamentos de doenças complexas foi tomada em um momento delicado para o setor. Com poucos produtos inovadores lançados e patentes importantes expirando, a corrida por novas drogas eficientes tornou-se uma aposta muito cara.

As fichas da multinacional suíça agora estão nas mãos de três novos medicamentos voltados para o câncer: Zelboraf, aprovado pelo FDA, agência reguladora dos EUA, no terceiro trimestre de 2011 e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no início deste ano, para tratamento de melanoma metastático; Erivedge, recém-aprovado pelo FDA, para carcinoma de pele; e o Pertuzumab, que combinado com o Herceptin, tem maior eficiência para o tratamento de câncer de mama. Este último foi aprovado em dezembro pelo FDA e será submetido à Anvisa este mês. A área de oncologia tem importante peso para os negócios da Roche, mas não é a única área de atenção da farmacêutica. Ela está apostando em medicamentos para virologia (hepatite, sobretudo), neurociência, imunologia e metabolismo. Dos 20 produtos em estudos pelo grupo, 17 tiveram resultado positivo em 2011. A fábrica do Brasil, instalada em Jacarepaguá (RJ), deverá aumentar sua importância para a Roche. Segundo o presidente da Roche no Brasil, Adriano Treve, essa unidade exportou em 2011 cerca de US$ 70 milhões em medicamentos. Essa participação vai aumentar nos próximos anos. De acordo com ele, o país está crescendo muito e a empresa está fazendo pesquisas clínicas no Brasil. Ao todo, são 6.037 pacientes envolvidos no momento. Fundada em 1931, a fábrica da Roche no Brasil exporta medicamento importantes, como anticoagulantes (Marcoumar). Outros produtos vão ter o mesmo destino. A unidade do Rio de Janeiro já exporta para 22 países da América Latina e dez da Europa. O Brasil ainda é um grande mercado para medicamento maduros da Roche, sobretudo os voltados para a neurociência, observou Treve, economista de formação, há 4 anos e meio no Brasil e toda a carreira amadurecida na Roche. Produtos como Rivotril (lançado em 1973), Lexotan (1974) e Dormonid (1982) ainda têm venda garantida, apesar dos inúmeros genéricos no mercado, segundo Treve. Essa subsidiária produz Lexotan, Valium e Bactrim, entre outros. Aquisições Outra aposta da Roche será em aquisições. O Brasil, contudo, não faz parte da rota da farmacêutica. Segundo Schwan, o país tem muitos laboratórios focados em genéricos e poucos com vocação em inovação. Como está focada em medicamentos complexos e biológicos, os mercados americanos e da Europa são o principal alvo da companhia para compras, disse Schwan. Em janeiro, o grupo fez oferta, no valor de US$ 5,7 bilhões, para a adquirir a americana Illumina, especializada em sequenciamento genético. A intenção da companhia é combinar a eficiência das duas divisões: farmacêutica e diagnóstico. As negociações não avançaram muito, já que o conselho de administração da Illumina mostrou resistência. Nesta quarta- feira (1º) a companhia divulgou seus resultados de 2011. A receita ficou em 42,531 bilhões de francos suíços, recuo de 10% sobre 2010. O lucro líquido encerrou o período em 9,544 bilhões de francos suíços, aumento de 7% em relação ao ano anterior. A divisão farmacêutica apresentou receita de 32,794 bilhões de francos suíços, recuo de 12% sobre 2010, e a de diagnóstico encerrou o ano em 9,737 bilhões de francos suíços. Daniel O’Day, principal executivo operacional da Roche Diagnóstica, disse que as principais áreas de crescimento da companhia estão na Ásia Pacífico, onde o grupo é líder, e na América Latina. Essa divisão no Brasil não tem produção própria de equipamentos diagnósticos. E, por enquanto, segundo O’Day, não há planos de investimentos previstos para o país.

Fonte SaudeWeb

Nenhum comentário:

Postar um comentário