Brasil tem mais cesarianas do que partos normais
As mulheres que tiveram seu primeiro filho por cesariana têm um maior risco de complicações caso deem à luz seu segundo filho por parto normal, segundo estudo australiano publicado nesta terça-feira (13) nos Estados Unidos.
O estudo foi realizado com mais de 2.300 mulheres em 14 hospitais australianos que se dispunham a dar à luz seu segundo filho, e que foram consideradas medicamente aptas para escolher entre esses dois procedimentos de parto.
Metade delas decidiu ter o filho por via natural depois de ter o primeiro por cesariana, enquanto a outra metade escolheu novamente o processo cirúrgico.
Segundo os autores do estudo, as mulheres que decidiram pela segunda cesariana tinham um risco muito menor de morrer ou sofrer complicações graves (0,9%) que as que escolheram o parto normal (2,4%).
O estudo foi publicado na revista científica americana PloS ONE (Public Library of Science).
Caroline Crowther do centro australiano de pesquisa sobre a saúde de mulheres e recém-nascidos da Universidade de Adelaide e principal autora da pesquisa, comentou a conclusão.
- Até agora, faltavam dados completos e precisos para realizar uma comparação das vantagens e riscos dos modos de dar à luz após uma cesariana para o primeiro filho. Os resultados do estudo ajudarão as mulheres e os médicos a elaborar tratamentos e a tomar decisões em relação ao parto das que deram à luz seu primeiro filho por cesariana.
O emprego da cesariana aumenta no mundo e representa cerca de um terço de todos os nascimentos na Austrália.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2010, o País registrou mais cesarianas do que partos normais. Enquanto em 2009 o país alcançava uma proporção de 50% de partos cesáreos, em 2010, a taxa subiu para 52%.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que essa taxa fique em torno de 15%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede pública, 37%.
Fonte R7
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