
Outra parte do tecido será preservada para o caso de um novo transplante ser necessário. Se o órgão não for rejeitado, Mariana poderá finalmente engravidar.
"Foram sete anos esperando esse momento. Não sei como explicar a emoção que estou sentindo", diz.
Segundo o cirurgião e pesquisador em reprodução humana da Universidade Federal de São Paulo Carlos Gilberto Almodin, que conduziu o procedimento, é necessário aguardar até seis meses para saber se haverá rejeição. Apesar de serem gêmeas univitelinas, as irmãs são heterozigóticas, isto é, não têm o mesmo código genético.
"A cirurgia é simples, mas a parte onde foi feito o transplante é frágil", diz Almodin.
Mariana, que vive em Ouro Branco (MG), teve menopausa precoce causada por problemas genéticos.
Técnica
O procedimento realizado no Hospital São Marcos, em Maringá, é fruto de uma pesquisa iniciada por Almodin em 1999. Os resultados dos estudos experimentais em animais foram apresentados nos EUA, em 2002.
"Conseguimos provar que o transplante dava certo", diz o pesquisador, que teve sua técnica aplicada pela primeira vez em 2005, por médicos da Bélgica. "A paciente conseguiu engravidar", conta.
Segundo o chefe da disciplina de ginecologia e obstetrícia da Universidade Estadual de Maringá, Adilson Carlos Gomes, o mais comum é o autotransplante do ovário -quando a paciente com câncer, antes de fazer o tratamento, tem parte do tecido ovariano congelado para reimplante após a cura.
"Esse transplante é um marco, mas depende de outros estudos para se consolidar na prática clínica."
César Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, afirma que esse é um feito importante, mas a prova de seu sucesso virá se a paciente voltar a ovular e conseguir engravidar.
Fonte Folhaonline
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