Levantamento da Unicamp aponta que apesar de bem informados, cerca de 60% deles saem de casa desprevenidos
" A prática desses adolescentes precisa ser mais assertiva. A grande maioria, 82,2%, não planeja a relação sexual, e 59,5% dos entrevistados saem de casa desprevenidos" . A afirmação é da enfermeira Angela Ferreira Silva Miranda Alves. Os números fazem parte de um estudo conduzido por ela na Universidade de Campinas (Unicamp) com 1.193 adolescentes de Poços de Caldas, no interior de Minas Gerais.
A pesquisa apontou que tanto garotos como as garotas estão bem informados em relação aos métodos contraceptivos, em especial no que diz respeito à pílula anticoncepcional e ao preservativo masculino, os métodos mais conhecidos por eles. Por outro lado, eles possuem mais conhecimento do que prática contraceptiva.
Pelo estudo, 41% dos entrevistados já haviam iniciado a prática sexual e, destes, 87% relataram ter utilizado algum método anticoncepcional durante a primeira relação sexual.
Os dados são significativos, segundo a autora da pesquisa, visto que há alguns anos não era comum este tipo de comportamento.
Segundo ela, apesar de os adolescentes terem acesso às informações, é preciso medidas educativas que façam com que eles estejam mais atentos. Outro dado curioso, neste sentido, foi a porcentagem de 96,5% dos entrevistados buscarem informações sobre contracepção na família. " Isto quer dizer que está mudando a fonte de informação destes adolescentes. A família está dialogando mais sobre o assunto dentro de casa" , explica.
O trabalho desenvolvido por Angela Alves foi apresentado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e teve orientação da professora Maria Helena Baena de Moraes Lopes. O estudo serve de base para programas educacionais realizados nas escolas. Todos os adolescentes da pesquisa compõem o universo das sete escolas estaduais existentes em Poços de Caldas. " Acredito que o trabalho pode abrir caminhos para a parceria entre pais, educadores e profissionais da saúde, para que se amplie ainda mais o acesso à informação para este público" , destaca.
A motivação para a pesquisa surgiu do fato de Angela ser enfermeira da Rede Básica de Saúde da cidade. Durante as suas atividades, ela percebeu que a gravidez na adolescência ainda é um assunto em pauta, pois testemunha frequentemente muitos casos que chegam aos postos. Sem contar, os riscos que o comportamento inadequado pode oferecer para se contrair doenças sexualmente transmissíveis. Para Angela, é fundamental que a família seja incluída neste processo e que se amplie o acesso aos serviços especializados. " Não há dúvida de que é grande o número de adolescentes que iniciam a atividade sexual precocemente" .
Com informações da Unicamp
Fonte isaude.net
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