Depois de propor o veto à venda de refrigerantes com mais de 470 ml em restaurantes de Nova York, o prefeito Michael Bloomberg agora lança outra ideia que tem causado polêmica nos EUA.
A iniciativa "Latch on NYC" ("pegue o peito") pretende dar apoio às mães que queiram amamentar e minimizar interferências nessa decisão.
Nos hospitais participantes, os funcionários terão acesso restrito ao leite artificial e sua distribuição será rastreada. A distribuição promocional e a exibição de material publicitário dos produtos será vetada.
Até agora, há 28 instituições participantes da iniciativa, que começa em setembro.
O projeto recebeu alguns elogios por cortar a oferta desmedida de fórmula às novas mães dos EUA. Mas, segundo as muitas críticas feitas à iniciativa na imprensa dos EUA e nas redes sociais, o prefeito está interferindo na escolha das mães.
O controle do acesso à fórmula, dizem, poderia constranger as mães com dificuldades para amamentar ou que prefiram não fazê-lo.
"A proposta é louvável. Mas a forma como a cidade faz isso tem mais a ver com bullying do que com aumentar a conscientização sobre os benefícios do aleitamento", comentou a professora de inglês Laura Sauer no portal "Yahoo News".
Segundo Luciano Borges Santiago, da Sociedade Brasileira de Pediatria, o poder da indústria é grande nos EUA e o que o projeto tenta é retirar a oferta excessiva.
No Brasil, a distribuição de fórmula promocional é proibida e o correto, segundo Santiago, é que o bebê só receba o leite artificial quando o médico prescrever. Na prática, porém, os bebês recebem fórmula na maternidade, às vezes sem o consentimento da mãe, diz ele.
"A fórmula não é vilã. Os vilões são médicos, enfermeiros e hospitais que usam o produto em excesso e permitem que a indústria entre de forma exagerada na rotina."
Para o pediatra Moises Chencinski, é preciso estimular a amamentação.
"Mas não se pode chicotear alguém porque não quer ou tem dificuldades. É para as exceções que existe fórmula."
Fonte Folhaonline
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