Popularmente conhecida como ‘gordura no fígado’, a esteatose hepática não alcoólica é uma condição cada vez mais comum nos países ocidentais. No Brasil, estima-se que 20% das pessoas sofram desse problema muitas vezes assintomático e que provoca aumento e mudança da coloração do fígado, em determinados casos evoluindo para hepatite gordurosa e cirrose hepática – caso não seja diagnosticado e tratado a tempo.
Em termos de diagnóstico e acompanhamento, o uso da ressonância magnética como biomarcador quantitativo da gordura presente nas células encontradas no fígado é recente. “Foram necessários sucessivos aperfeiçoamentos técnicos para que fosse possível medir a fração de sinal de gordura hepática com o auxílio da ressonância magnética, criando mapas anatômicos com o auxílio de software. Hoje conseguimos fazer um acompanhamento quantitativo e objetivo da resposta do paciente ao tratamento, o que representa importante avanço”, diz Márcio Sarmento, médico radiologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.
Entre os fatores de risco que predispõem ao acúmulo de gordura no fígado, os mais frequentes são: obesidade, malnutrição, taxa alta de triglicérides e colesterol no sangue, síndrome metabólica, cirurgia de redução de estômago e diabetes Tipo 2 – além de contato prolongado com pesticidas. O tratamento se concentra fundamentalmente na redução dos fatores de risco. Portanto, vale a pena consultar um médico em casos de perda súbita de peso, fadiga em excesso e dor no lado direito, logo acima do abdome.
Sarmento explica que o padrão ouro na detecção e quantificação da gordura no fígado continua sendo a biópsia hepática. “Por ser um método invasivo, a biópsia hepática não é a mais adequada para rastreamento e monitoramento terapêutico dos pacientes. A ultrassonografia, por sua vez, apresenta excelente sensibilidade, mas não é um método quantitativo. Já a tomografia tem o inconveniente da radiação e de ter menor sensibilidade para casos leves e moderados. Daí a fundamental importância da ressonância magnética para o diagnóstico e acompanhamento da esteatose hepática não alcoólica”.
Na opinião do médico, a esteatose hepática é um problema de saúde pública. “Sendo uma condição potencialmente reversível, é imperativo o incentivo à pesquisa por novos métodos de rastreamento e avaliação de sua severidade”.
Fonte Corpo Saun
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