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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A cada 10 segundos, um chinês morre de doenças cardiovasculares

200 milhões de chineses sofrem com hipertenção, os índices de diabetes dobraram em cinco anos e o tabaco atinge 350 milhões
 
A cada ano, três milhões de chineses morrem de doenças cardiovasculares (CVD, da sigla em inglês), um a cada 10 segundos. Ações urgentes, incluindo a proibição de fumar em lugares públicos, restrições ao consumo de sal e um maior controle da pressão arterial são algumas das saídas consideradas emergenciais para combater o crescimento descontrolado dos problemas cardiovasculares que já representam 40% das mortes registradas no país.
 
" A prevenção não tem sido uma prioridade na China. Nos últimos 20 a 30 anos o sistema de saúde tem focado o tratamento de estágios avançados da doença cardíaca. O número de pacientes tratados com stents aumentou dramaticamente," afirma o professor Dayi Hu, do Heart Centre at the People's Hospital e presidente da Chinese Society of Cardiology (CSC).
 
A China tem experimentado uma rápida industrialização. Em pouco mais de 30 anos o PIB per capita aumentou quase 80 vezes, passando de 381 yuans, em 1978, para 29 mil yuans em 2010. O país também teve rápida urbanização. Em 1978, apenas 18% da população viviam em cidades. Este número subiu para 50%, em 2010, e prevê-se atingir 55% até 2015. Estas transformações sociais levaram a mudanças dramáticas no estilo de vida de toda a população.
 
Fumar é o um dos maiores problemas de saúde pública do país. Mais de 54% dos homens cultivam o vício. "Metade dos médicos do sexo masculino são fumantes, isto representa 33% dos nossos cardiologistas. Uma realidade dramática", disse o professor Hu.
 
Há um total de 350 milhões de fumantes na China, número que deve chegar a 430 milhões até 2032. A idade média para o início do vício vem diminuindo. Nos homens ela caiu de 22 anos, em 1984, para 19, em 1996, e 18 anos em 2002. Nas mulheres, a idade caiu de 25 anos, em 1984, para 22 anos, em 1996, e 20 anos em 2002.

Epidemia de Hipertensão
Há uma epidemia crescente de hipertensão na China. Cerca de 200 milhões de chineses têm a doença e os registros aumentam em todas as faixas etárias. Mas tratamento, conscientização e controle ainda não são uma prioridade. Apenas 30% dos pacientes com hipertensão sabem que têm a doença (índice que chega a 80% nos EUA), 24% recebem tratamento (73% nos EUA) e apenas 6% dos pacientes têm sua pressão arterial sob controle (50% nos EUA).
 
Mais de 80% dos adultos chineses que vivem em áreas urbanas ingerem acima de cinco gramas de sal por dia. Reduzir a ingestão de sal diária de 10 para cinco gramas poderia reduzir as taxas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 23% e as taxas de doenças cardiovasculares em 17% a um custo de menos de US $ 1 por pessoa/ ano, se estas ações forem combinadas com estratégias de controle do tabaco.

Diabetes e obesidade
Há 92 milhões de pessoas com diabetes tipo 2 na China. Na população urbana os níveis da doença aumentaram 50% em cinco anos. De 6%, em 2002, para cerca de 10% em 2007. As taxas de internação hospitalar por complicações agudas do diabetes são extremamente elevadas, chegando a 160 notificações por 100 mil habitantes em 2008. Número 16 vezes maior que da Holanda.
 
" A obesidade tem aumentado com estilos de vida pouco saudáveis iniciados muito cedo. Precisamos realizar campanhas para promover hábitos de vida saudáveis, começando pelas crianças, incentivando a prática de exercícios e o consumo de uma alimentação saudável," completa Hu.

 
Médicos devem dar o exemplo
"O movimento por uma China saudável tem de ser iniciado pelos médicos. Toda classe, principalmente os cardiologistas, precisa parar de fumar, ter uma alimentação saudável, e praticar exercícios regularmente, controlando seu peso. Assim eles poderão ser um bom exemplo para os pacientes e, efetivamente, promover medidas de prevenção de doenças cardiovasculares com o governo, empresas farmacêuticas e fabricantes de alimentos. Acredito que se nossos médicos não forem saudáveis, não haverá China saudável, " afirma HU.
 
A ação do governo também é imprescindível. "A China não tem leis nacionais que proíbem o fumo em áreas públicas e não há nenhuma política do governo central. Existem alguns hospitais livres de fumo e algumas cidades e províncias vêm incentivando a criação áreas livres do fumo, mas isto não é o bastante. O governo precisa fazer leis estritas para proibir o fumo em locais públicos, aumentar os impostos para o tabaco, reforçar as proibições sobre publicidade e promover ações para alertar sobre os perigos do fumo, apoiando a população a abandonar o vício.
 
As estratégias para diminuir a ingestão de sal incluem campanhas de orientações nutricionais, maior acesso a comidas saudáveis com preços mais baixo, legislação que obrigue a rotulagem do teor de sal nos alimentos, incentivo aos fabricantes de alimentos para reduzirem os níveis do produto.
 
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (12) segundo dia do 23rd Great Wall International Congress of Cardiolog, que acontece em Pequim, na China. Neste sábado, a Sociedade Européia de Cardiologia apresenta um dia inteiro de sessões científicas.
 
Fonte isaude.net

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