"Há uma demanda crescente nas urgências e emergências, que ‘estão assumindo a condição de porta de entrada do sistema, o que não pode ocorrer", diz o presidente do CFM, Roberto d’Ávila
A superlotação das emergências, a escassez de leitos hospitalares, a pouca valorização do médico emergencista, a proposta de criar a especialidade médica em urgência e emergência, a ‘vaga zero’ e a limitação do número de pacientes por médico foram temas debatidos por gestores do setor durante III Fórum Nacional de Urgência e Emergência, realizado no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers).
O coordenador da CT de Urgência e Emergência do CFM, Mauro Ribeiro, afirmou que as emergências são consideradas ‘o patinho feio’ do sistema e que isso precisa mudar. Entre as lutas prioritárias para que o serviço melhore, ele listou uma série de medidas, como:
- abertura de mais leitos, em especial leitos de UTI para os pacientes das áreas vermelha e laranja das emergências; melhora da capacitação das equipes;
- criação d a especialidade médica em emergência; acolhimento com classificação de risco em todos os hospitais de pronto socorro;
- condições dignas de trabalho aos médicos das emergências, que trabalham sobrecarregados; regulação do sistema desde os programas de prevenção até os hospitais;
- a ‘vaga zero’ e a limitação do número de pacientes por médico, segundo resolução 07/2011 do Cremers.
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Ávila, comentou que há uma demanda crescente nas urgências e emergências, que ‘estão assumindo a condição de porta de entrada do sistema, o que não pode ocorrer’.
Algumas das causas para a atual situação do setor foram enumeradas pelo presidente do CFM: subfinanciamento, mau gerenciamento, subdimensionamento, concentração de especialidades em grandes centros, insuficiência da rede de média complexidade e escassez de leitos. “Acima de tudo falta vontade política para melhorar essa situação”, salientou.
“A área das emergências, com raras exceções, é a mais negligenciada nos hospitais, e deveria ser a mais privilegiada -, frisou, comentando que não há estímulo financeiro, trabalhista e intelectual para os médicos que ali atuam”.
Entre as dificuldades a que estão sujeitos os médicos das emergências, citou: maior exposição ao erro profissional, dificuldade na preservação do sigilo, ausência de vínculo com pacientes, sobrecarga e desvalorização profissional.
Fonte: Cremers
Por SaudeWeb
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