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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

TDAH e comportamento agressivo podem não exigir medicamentos

Comportamento agressivo e TDAH: persistência para acertar
a dosagem e terapia deram resultados surpreendentes
Pesquisa relatou os benefícios de insistir no acerto da dose e em terapia para os portadores do transtorno do déficit de atenção
 
Cada vez mais crianças diagnosticadas com TDAH – transtorno do déficit de atenção com hiperatividade – que demonstram atitudes agressivas estão sendo tratadas com drogas anti-psicóticas e medicamentos estimulantes para ajudar no controle das explosões de raiva. Entretanto, um novo estudo realizado por pesquisadores da Stony Brook University School of Medicine de Nova York sugere que, com alguns ajustes cautelosos, o uso de medicação estimulante pode reduzir de forma significativa ou mesmo eliminar o comportamento agressivo em pelo menos metade dessas crianças.

“Há uma forte pressão nos Estados Unidos para que os pediatras cuidem de tais dificuldades comportamentais nessas crianças por causa da carência de profissionais da psiquiatria infantil”, observou Joseph C. Blader, principal autor do estudo e professor assistente de psiquiatria da Stony Brook. “Espero que nosso estudo incentive mais clínicos gerais a ultrapassem a barreira do tratamento do TDAH com estimulantes de primeira linha antes de partir para o próximo passo”.
 
Blader afirmou que os resultados foram uma descoberta inesperada ocorrida durante a fase inicial de um estudo para analisar se seria ou não benéfico administrar um determinado anti-psicótico em crianças agressivas com TDAH, cujo comportamento explosivo não podia ser controlado apenas por medicação estimulante.
 
Os pesquisadores acompanharam 65 crianças de 6 a 13 anos de idade para determinar o mais eficaz e melhor tolerado tratamento com estimulantes para cada uma delas. Todas as crianças sofriam de TDAH, além de transtorno negativista desafiante ou transtorno de conduta, com comportamento agressivo significante. As crianças começaram o tratamento recebendo uma dose baixa de metilfenidato trifásico, a forma de Ritalina de ação mais prolongada.
 
Durante avaliações mensais, os pesquisadores ajustaram a dose até que os sintomas da criança fossem bem controlados e que ela conseguisse suportar quaisquer efeitos colaterais (especialmente insônia e perda de apetite). Se o metilfenidato trifásico não era a escolha correta, passava-se a administrar ou o metilfenidato bifásico ou o psico-estimulante constituído de mistura de sais de anfetamina.
 
As crianças e os pais também passaram por sessões semanais de terapia comportamental, durante as quais os pais foram estimulados a “enfatizar todas as vezes em que seus filhos conseguissem demonstrar auto-controle e lidar melhor com suas frustrações”, disse Blader. “O objetivo era ajudar os pais a desenvolver recompensas e incentivos, ao mesmo tempo estabelecendo limites em relação a alguns dos comportamentos problemáticos”.

No final da fase inicial, que durou em média cinco semanas, 32 crianças demonstraram reduções significantes no comportamento agressivo.
 
Persistência
“Eu fiquei muito surpreso pelo grande número de crianças que perderam o comportamento agressivo enquanto os médicos ajustavam o tipo ou nível de droga estimulante apropriados a elas”, disse Blader.
 
“Esse é um sinal importante sobre a persistência em uma medicação apesar de dificuldades”, ressaltou Chris Varley, psiquiatra infantil do Seattle Children’s Hospital. Nas últimas décadas houve um aumento substancial no uso de medicamentos anti-psicóticos para reduzir o comportamento perturbador de crianças, e em muitos casos as drogas não são necessárias.
 
“Às vezes o uso desses medicamentos é necessário, mas pode ser que o gatilho seja puxado muito rápido”, disse Varley, professor de psiquiatria infantil e adolescente da University of Washington School of Medicine.
 
Blader disse que o conselho para crianças e pais é não se desencorajar se o primeiro medicamento e dosagem no tratamento do TDAH não funcionar. “Assim como a asma ou muitos outros problemas de saúde, geralmente é preciso um pouco de empenho para encontrar o que realmente funciona”, disse ele.
 
Os pesquisadores foram financiados pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e pela Aliança Nacional pela Pesquisa da Esquizofrenia e da Depressão do mesmo país.
 
Fonte Delas

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