Também serão realizadas palestras abertas ao público para alertar sobre a doença
A Semana Estadual de Prevenção e Combate ao Aneurisma da Aorta, de 20 a 27 de
outubro, no Rio Grande do Sul, reforça a importância do diagnóstico precoce como
medida decisiva para evitar que a mortalidade provocada pela doença continue a
aumentar. Serão realizadas palestras, distribuição de cartilhas e exames
gratuitos para detecção da anomalia. Cerca de 5% da população masculina e 0,4%
das mulheres acima de 55 anos apresentam o problema.
De acordo com o cirurgião cardiovascular Eduardo Keller Saadi, coordenador
estadual da campanha, o aneurisma da aorta é grave e raramente apresenta
sintomas. Apenas 50% dos pacientes com aneurisma da aorta em ruptura conseguem
chegar vivos ao hospital. Destes, mais da metade morrem durante ou após cirurgia
de urgência.
— Trata-se de uma dilatação lenta, silenciosa e progressiva num determinado
ponto da aorta, a principal artéria do organismo. Quando rompe, provoca
hemorragia interna grave, resultando em 90% de óbitos — explica o médico.
A prevenção e o diagnóstico precoce podem reverter, de maneira significativa,
a história evolução da doença.
— Esta campanha, além de oferecer promoção de saúde, traz economia para os
cofres públicos. Serão evitados gastos com internações e medicamentos, medidas
extremas, tardias e pouco eficazes no caso de aneurisma da aorta, já que, se
diagnosticado precocemente, tem cura — justifica o secretário de Saúde do Rio
Grande do Sul, Ciro Simoni.
Para que a alteração na artéria seja facilmente identificada pela comunidade,
a campanha deste ano vai contar com uma túnica confeccionada pela bonequeira Ana
Nunes. A peça de roupa mostra, em três dimensões, o coração, a aorta e o
aneurisma. Pessoas com a roupa no corpo vão distribuir cartilhas informativas.
Saiba mais
A artéria aorta recebe todo o sangue ejetado do ventrículo esquerdo do
coração e o distribuiu para todo o corpo, com exceção dos pulmões. A aorta
ramifica-se em artérias menores, desde o coração até a parte inferior do
abdômen.
Seu diâmetro médio é de 2cm. Uma simples ecografia abdominal revela a
situação da artéria. Se, em algum ponto passar de 3 cm é considerado aneurisma e
pode ser tratado clinicamente, na maioria dos casos, quando mede até 4,5cm. O
aumento progressivo não causa dor nem sintoma algum. Quando atinge um diâmetro
igual ou maior que 5cm é preciso eliminá-lo.
Outra alternativa de tratamento é a cirurgia endovascular, modalidade menos
invasiva que consiste na introdução de uma prótese a partir da virilha, sem
necessidade de anestesia geral. Através de pequena incisão, uma endoprótese é
inserida por um cateter pela artéria femoral até o local da lesão, onde é
liberada e o aneurisma excluído. O índice de mortalidade cai para 1% a 2%.
O aneurisma da aorta acomete mais homens, acima dos 65 anos, fumantes, que
sofram de diabetes, aterosclerose, com colesterol elevado, hipertensão, doença
coronária ou com antecedentes na família com o aumento da artéria.
Exame gratuito
A partir desta quarta-feira, serão distribuídas 90 senhas para realização
de ecografias abdominais gratuitas para os primeiros do grupo de risco (mais de
65 anos) que ligarem para (51) 3230-6086. Os exames serão feitos no dia 20 de
outubro, no Hospital Mãe de Deus — Acesso 1 (Rua José de Alencar, 286), em Porto
Alegre. Os resultados serão fornecidos no final de cada exame e os que
apresentarem o problema na artéria serão orientados para tratamento.
No dia 22, segunda-feira, às 19h, o Secretário Estadual de Saúde, Ciro
Simoni, abre oficialmente a Semana Estadual de Prevenção e Combate ao Aneurisma
da Aorta no Hospital Universitário Ulbra (Av. Farroupilha, 8001 — em Canoas). O
cirurgião cardiovascular Eduardo Keller Saadi ministra palestra aberta ao
público e com entrada franca.
Na terça-feira, 23, o médico Eduardo Saadi fará uma palestra aberta à
comunidade, com entrada franca, no Auditório do Hospital Mãe de Deus, em Porto
Alegre. Serão sorteadas mais 10 senhas para a realização de ecografias gratuitas
no dia 27 de outubro, no Hospital Mãe de Deus.
Fonte Zero Hora
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