Rio de Janeiro – O Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu ontem (19) o primeiro
lote do medicamento mesilato de imatinibe, usado no tratamento de leucemia
mieloide crônica e do tumor do estroma gastrointestinal. O remédio é produzido
pelos laboratórios públicos Farmanguinhos e Vital Brazil, em parceria com cinco
laboratórios privados.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é o primeiro medicamento
genérico para o câncer produzido no Brasil. De acordo com ele, no país, cerca de
8 mil pessoas dependem do medicamento, que era comprado de um laboratório
estrangeiro por R$ 140 milhões por ano. Com a produção do remédio nacional, o
Ministério da Saúde acredita que serão economizados cerca de R$ 340 milhões nos
próximos quatro anos.
“O Brasil passa a produzir aqui no país um genérico para o câncer,
garantindo, para a nossa população, um remédio com qualidade e garantindo que o
Brasil seja autossuficiente em relação a isso. Ou seja, é o Brasil podendo
garantir, cada vez mais, o tratamento à sua população, independentemente de
qualquer oscilação do mercado internacional”, disse Padilha.
O primeiro lote, entregue ontem, contém 220 mil comprimidos. Em 2013, devem
ser produzidos 5 milhões de comprimidos, o suficiente para atender a toda a
demanda nacional. O ministro disse que a economia garantida pela produção
nacional do medicamento pode ser revertida na produção e no suprimento de mais
medicamentos à população.
Outro benefício de produzir remédios no país, com a compra garantida pelo
Ministério da Saúde, é criar mercado para que grupos farmacêuticos brasileiros e
estrangeiros invistam mais na pesquisa e produção no Brasil. Padilha disse ainda
que o Ministério da Saúde quer que o país comece a produzir marcapassos e retome
a produção de insulina.
Em visita ao Rio de Janeiro, o ministro também comentou a decisão da Justiça
do Rio de manter internada uma usuária de crack. Segundo Padilha, uma
lei federal já estabelece que internações compulsórias de dependentes químicos
podem ocorrer em determinadas situações.
“O fundamental é ajudar a cidade do Rio de Janeiro. O Ministério da Saúde
está do lado do prefeito Eduardo Paes para ampliarmos a rede de cuidado e
atendimento à pessoa que é vítima da dependência química do crack. O
decisivo no enfrentamento do crack e da dependência química não é só
cuidar ou internar, mas reconstruir o projeto de vida dessas pessoas. Por isso,
estamos apostando na ampliação dos consultórios nas ruas, em que os
profissionais avaliam se a pessoa corre risco de vida, se ela precisa ou não ser
submetida à internação”, disse.
Fonte Agência Brasil
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