Descoberta pode representar importante avanço no combate a doenças como diabetes
infantil e esclerose múltipla
Cientistas suíços conseguiram reprogramar o sistema imunológico de cobaias
para eliminar uma doença autoimune, abrindo o caminho para tratamentos contra a
diabetes infantil ou a esclerose múltipla em humanos, segundo estudos publicados
esta semana nos Estados Unidos.
As doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico ataca as
células do próprio organismo.
Os cientistas conseguiram atacar em ratos os linfócitos T, que têm a chave da
imunidade celular e cuja disfunção é responsável pela diabetes juvenil, ao
atacar as células do pâncreas. Para eliminar a agressividade destes glóbulos
brancos, os cientistas utilizaram uma proteína modificada que, ao ser testada em
ratos de laboratório, permitiu eliminar totalmente os sintomas da doença.
Segundo biólogos da Escola Politécnica Federal de Lausanne, esta técnica pode
se tornar muito promissora para tratar a diabetes infantil - também conhecida
como tipo 1 - e a esclerose múltipla em humanos. Os primeiros testes clínicos
deverão ocorrer em 2014 para tratar, em primeiro lugar, os efeitos colaterais
induzidos no sistema imunológico para o tratamento da gota, uma doença crônica
vinculada ao metabolismo do ácido úrico.
Escolhemos começar com esta aplicação antes da diabetes ou da esclerose
para que possamos dominar e compreender todos os parâmetros — explicou Jeffrey
Hubbell, um dos co-autores do estudo publicado nas Atas da Academia Nacional de
Ciências (PNAS).
Segundo Stephan Konton, outro co-autor, o principal aporte deste novo
trabalho é sua extrema precisão.
Nosso método comporta poucos riscos e não deve produzir importantes efeitos
colaterais, na medida em que não atacamos o sistema imunológico de forma
conjunta, mas unicamente o tipo de linfócitos T implicados nesta doença —
explicou em um comunicado.
Os pesquisadores criaram uma empresa, Anokion SA, para realizar os testes
clínicos. O grupo começou a fazer experimentos no laboratório para demonstrar o
potencial deste novo tratamento para a esclerose múltipla, uma doença em que os
linfócitos T destroem as células da mielina que formam uma camada protetora ao
redor das fibras nervosas.
Além disso, os cientistas estudam o potencial de sua técnica com outro tipo
de glóbulos brancos, os linfócitos B, que desempenham um papel importante em
muitas outras doenças autoimunes.
Fonte Zero Hora
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