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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Paciente no centro da indústria de equipamentos e dispositivos médicos

Indústria brasileira precisa se reinventar. A demanda vai sair de dentro dos hospitais e entrar nos ambulatórios ou nas residências. Guilherme Hummel dá dicas de que caminho seguir
 
Na medida em que o tempo passa cresce a demanda pela operação crítica em saúde, que diferentemente de outras áreas tem um componente à frente de tudo: a vida humana. O problema aqui é a postura que as indústrias nacionais de equipamentos e dispositivos médicos têm mantido perante a alta criticidade dentro dos hospitais.
 
De acordo com Guilherme Hummel, orientador de projetos de TI e comunicação em saúde, a missão crítica está saindo do hospital e entrando na residência dos pacientes, o que pode significar um agravante por parte da indústria. “À medida que o paciente tem mais informações e comodidade ele passa a comprar os devices que estão na casa dele. Afinal, quase todos esses aparelhos eletrônicos de cuidados contínuos crônicos vão parar dentro da residência dos doentes. E, hoje, temos equipamentos suficientes para tirar esses pacientes do hospital, pois queremos lá dentro apenas os críticos”, diz.
 
Esse cenário é uma enorme possibilidade para a indústria de dispositivos médicos, porém no Brasil a mesma diz que o seu negócio é B2B, que só vende para empresas. “Os mercados de devices estão crescendo no mundo inteiro, porque alguém está colocando seus produtos dentro da casa do paciente ou do consultório médico. A demanda vai sair de dentro dos hospitais e vai entrar nos ambulatórios ou nas residências, a indústria brasileira precisa entender isso”, avalia Hummel.
 
Para o orientador de projetos em saúde, o paciente tem cada vez mais facilidade de entender o que é missão crítica, portanto ele cobra cada vez mais das unidades hospitalares. A partir de então, pode-se dizer que acabou a histórica de que o prontuário do paciente só pertence a comunidade médica. “Isso está acabando, as informações estão atingindo um nível padrão horizontal em que todo mundo tem acesso a tudo. Reforço, a indústria de device médico tem que entender que o que a empurra é justamente o que ela acha que não, que é a missão crítica. Existe uma enorme pressão para reduzir o custeio e melhorar a assistência médica e isso só vai acontecer quando a indústria abrir o olho”, pondera.
 
O caminho
De acordo com Hummel, o caminho da superação para a indústria que trabalha com missão crítica em saúde é:
 
- Deixar que o modo de negócio passe de ser centrado no produto e passe a ser centrado no consumidor. Passar de B2B para B2C;
 
- Trabalhar de forma que a permita ter feedbacks do consumidor sobre o valor da marca e eficácia do seu produto;
 
- Não pensar que inovação é produto inédito, mas sim produto melhor, com solução efetiva;
 
- Não ser mais baseada nos dados da cadeia de saúde, mas na revolução por minuto;
 
- Enxergar a missão crítica como vantagem e não desafio.
 
Mas para alcançar todas as mudanças, Hummel aconselha entender o sistema de coprodução em medical devices. “Todas as indústrias caminham nessa direção. É preciso estar junto dos players nacionais e também internacionais. Tem que buscar parceiros fora do país.”
 
Para ele, a indústria nacional não é competitiva no mercado nacional nem internacional por não saber fazer investimentos, e com isso acaba reduzindo seu market share cada vez mais. “Para mudar o cenário não é preciso um milagre, nem uma nova linha do BNDES. A saída é fazer o que as demais indústrias fizeram, que nada mais é do que firmar aliança estratégica para produzir inovação. Tem que ter participação internacional em pesquisa e desenvolvimento”, revela. “Vale ressaltar que não precisa procurar muito, pois não existe espaço na indústria de dispositivos e equipamentos médicos no século 21 longe da nanotecnologia.”
 
Investimento no Brasil
A Trysys, grupo israelense formado por empresas focadas no desenvolvimento de alta tecnologia para indústria de equipamentos e dispositivos médicos, chega ao Brasil para dar suporte para as outras empresas desde o zero.
 
“Nossa meta no país é trazer alta tecnologia de Israel para o Brasil, temos muito conhecimento e podemos fazer qualquer coisa que existe da forma mais inovadora”, conta Yoel Moshe, cofundador da Trysys e CEO da Vecsys.
 
De acordo com o israelense, a indústria que não se reinventar pode ter o seu fim próximo.
 
Fonte SaudeWeb

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